Organizar um evento de grande porte é tarefa que exige habilidade para controlar fornecedores, orçamento, equipe, jogo de cintura para lidar com imprevistos e ainda atender as expectativas e ansiedade do cliente. Entre tantas funções a coordenar e tantas pessoas envolvidas direta e indiretamente, fica difícil prever todos os riscos e situações que podem fugir do habitual. É neste cenário que os seguros específicos para eventos entram em cena e garantem maior tranquilidade a todos os envolvidos.
Imprevistos podem acontecer em qualquer lugar e mais ainda em locais com aglomerações de pessoas e estruturas grandes que facilitam a ocorrência de tumultos, muitas vezes por motivos inesperados e inexplicáveis. É fácil perceber como uma apólice de seguros pode minimizar os prejuízos ou atentar para riscos iminentes do local do evento e sua organização. Sem o seguro, o organizador corre o risco de decretar falência da empresa ou perder seus bens em caso de tragédias.
Hoje, o projeto de Lei Complementar 1/15 tenta tornar obrigatória a contratação de seguro de responsabilidade civil para eventos. Se for aprovada, a proposta só permite o funcionamento de boates, cinemas, estádios, casas de shows, teatros e similares que tenham contratado o seguro de responsabilidade civil para os organizadores do evento. Quando houver cobrança de ingressos, o organizador será obrigado a contratar apólices de seguros de acidentes pessoais.
A obrigatoriedade do seguro para eventos é benéfica pela segurança que traz aos participantes e aos organizadores, mas também é polêmica já que prevê que o valor poderá ser repassado aos convidados e participantes no próprio ingresso do espetáculo. Os valores vão depender das coberturas contratadas, da quantidade de público, do tipo de evento e sua localização, mas é provável que não haja adesão imediata entre os estabelecimentos de menor porte.
De qualquer modo, a cultura do seguro para eventos tende a ganhar mais força em eventos menores mesmo em um momento de instabilidade econômica como o que o Brasil está passando. Isso acontece porque o empresário não quer correr o risco de ter um rombo financeiro muito grande no seu capital devido a um imprevisto que poderia ser evitado.
Os empresários do ramo de eventos devem estar atentos aos riscos do seu negócio e buscar formas de minimizá-los. A maioria das seguradoras conta com áreas de controle de risco que prestam consultorias antes da compra de uma apólice ou indicam o melhor seguro para cada caso, de acordo com as peculiaridades do evento. É importante que tanto os empresários, como organizadores de eventos e frequentadores verifiquem as condições de segurança e se informem sobre seguro dos espaços em que frequentam. A responsabilidade tem que ser de todos.
Nicholas Weiser, Diretor Executivo & Retail da Otimize, uma divisão da Lockton Brasil