De acordo com uma pesquisa
realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo
portal Meu Bolso Feliz, a maioria dos consumidores (57%) não se
prepara financeiramente para a aposentadoria. No caso das pessoas
menos escolarizadas (até ensino fundamental completo), o número
aumenta para 62%. Entre os homens, 54% não se planejam para essa
fase da vida e entre as mulheres, 59%. Um dado importante da
pesquisa é a preocupação dos mais jovens (de 18 a 24 anos) com a
aposentadoria: 59% dizem não se preparar para a velhice.
Segundo a economista-chefe do SPC
Brasil, Marcela Kawauti, o número é preocupante. “As pessoas não
pensam que no futuro terão uma grande redução na renda quando
pararem de trabalhar. Os jovens pensam em aproveitar o momento e
acabam não se preocupando com gastos com saúde e imprevistos.”
alerta. “Quanto mais velho, mais caros são os planos de saúde,
maior a propensão a ter problemas sérios que necessitem de remédios
caros e cirurgias. Além disso, o futuro pai ou mãe também terá
gastos com seus filhos na faculdade ou cursos. Tudo isso deve ser
pensado ainda quando jovem”, explica a economista.
Entre os que admitem não se
preparar para a aposentadoria, 17% afirmam que dependerão somente
do INSS. Outros 15% dizem que gostariam de se preparar, mas não
sabem por onde começar; 14% não pensam no assunto; e 10% garantem
que gostariam, mas não sobra dinheiro para guardar ou pagar o
INSS.
Para o educador financeiro do SPC
Brasil, José Vignoli, a aposentadoria deve ser pensada desde o
primeiro emprego, logo no início da fase adulta. “Ainda que o jovem
ganhe um salário baixo, é possível guardar uma parte se houver
organização e disciplina. Quem passa por essa fase deve usar a
energia da juventude para fazer o seu pé de meia e poupar para
depois viver sem preocupações e privações mais para frente”,
analisa. “O futuro que hoje parece tão longe está mais perto do que
imaginamos e quanto mais cedo iniciar esse investimento, melhor: os
aportes mensais feitos com 25 anos são bem menores do que se
iniciar aos 45 anos”.
Segundo a pesquisa, 43% dos
consumidores tomam providências a respeito da aposentadoria. A
preparação é maior entre o público masculino, entre pessoas
pertencentes às classes A e B, e entre os que possuem maior
escolaridade. A poupança é identificada como a opção mais frequente
de investimentos (25%), seguida da previdência privada (14%).