Por decisão unânime da diretoria
colegiada, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu
instaurar o regime de direção fiscal na operadora Unimed Rio
Cooperativa de Trabalho Médico do Rio de Janeiro, conforme
resolução publicada no Diário Oficial da União de ontem.
De acordo com nota divulgada pela
ANS, não se trata de intervenção, pois isso equivaleria à agência
assumir a gestão da operadora. A agência esclarece que ?a direção
fiscal consiste no acompanhamento presencial feito por agente
nomeado pela ANS (diretor fiscal), e é ocasionada pela
identificação de anormalidades administrativas e/ou
econômico-financeiras graves?. A medida tem duração prevista de até
365 dias.
Segundo a ANS, os regimes especiais
visam a acompanhar as operadoras e dar o suporte necessário para
que elas encontrem solução para seus problemas. A administração da
companhia, entretanto, não perde o seu poder de gestão. A agência
informou ainda que a medida só foi tomada após ter dado
oportunidade para a cooperativa se regularizar, o que não ocorreu.
Análises de técnicos da ANS embasaram a resolução da diretoria
colegiada.
A nota deixa claro que, apesar de
estar sob direção fiscal, a Unimed Rio ?mantém a obrigação de
prestar total assistência aos seus beneficiários regularmente?. A
operadora tem, atualmente, 1,1 milhão de usuários e 5,3 mil médicos
cooperados. ?Entendemos, neste momento, com a direção fiscal, haver
condições de reversão dos problemas que (a Unimed Rio) vem
enfrentando?, acrescenta a agência.
Reclamações e dúvidas dos
beneficiários de planos de saúde devem ser encaminhadas à ANS, que
disponibilizou seus canais de relacionamento para atendimento ao
público ? o Disque ANS 0800 701 9656, os 12 núcleos presenciais da
ANS no país e a Central de Atendimento ao Consumidor na página
www.ans.gov.br.
A Unimed Rio informou, também por
nota, que iniciou, no final do ano passado, um plano de gestão para
reverter o cenário de dificuldades. Em 2014, a empresa registrou
prejuízo líquido de R$ 198 milhões, o patrimônio líquido caiu para
R$ 108,4 milhões e o caixa fechou negativo em R$ 164 milhões.
Segundo a empresa, o plano de
gestão tem como base a revisão de processos internos e a
implementação de medidas administrativas para gerar mais eficiência
operacional, e destaca que ?mesmo com as dificuldades financeiras
no decorrer do ano passado, foram feitos 31,5 milhões de
procedimentos ? entre consultas, exames e internações ?, de forma a
que o atendimento assistencial ao cliente e o compromisso de
valorização do ato médico continuassem garantidos?.
A cooperativa demonstrou confiança
no sentido de que conseguirá resolver as questões regulatórias no
curto prazo. Na nota, assegura que ?as medidas gerenciais tomadas
já começam a refletir na melhoria dos indicadores econômicos
exigidos, na completa normalidade assistencial e na regularidade do
pagamento aos prestadores?. A direção da Unimed Rio espera que a
direção fiscal instaurada pela ANS venha se somar às medidas já
implementadas pela empresa. Confirmou também que nada muda para os
seus clientes, cujos direitos de atendimento são garantidos por
lei.