Após queda em 2014, setor deve
continuar estagnado em 2015. Recuperação é esperada em
2016
A desaceleração atingiu o nível de
emprego na construção civil brasileira no ano passado. A queda foi
de 0,51% em 2014, invertendo o viés de alta dos dois anos
imediatamente anteriores- de 3,02%, em 2012, e 1,54%, em 2013. No
ano passado, foram fechadas 18 mil vagas com carteira assinada e,
com a queda, a base de empregados somou 3,285 milhões em dezembro.
As informações constam de pesquisa feita pelo Sindicato da
Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
(SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Apenas em dezembro, foram suprimidas 163,8 mil vagas, recuo de
4,75% em comparação ao mesmo mês de 2013. Em relação ao mês
anterior, em novembro, foi constatada queda de 4,34% e saldo
negativo de 149.030 empregos.
Por meio de nota, o presidente do
SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, informou que o comportamento
do mercado não chegou a surpreendê-lo. Segundo ele, o mercado mais
enxuto e o desaquecimento nas obras de infraestrutura obrigaram as
empresas a fazer cortes.
“Além da desaceleração no volume de
edificações imobiliárias, o setor de infraestrutura registrou
diminuição do ritmo de obras em função de fatores como interrupções
de obras e demissões, em função de atrasos de pagamentos dos
governos da União e dos Estados; adiamento de ordens de serviços
para início da execução de obras e até cancelamento de contratos em
decorrência dos desdobramentos da Operação Lava Jato”, informou no
texto.
Para ele, a recuperação pode
ocorrer apenas a partir do próximo ano. Neste ano, o emprego ainda
estará ameaçado por conta das decisões tomadas nos dois últimos
anos de se reduzir o volume de obras.
“Para as obras de infraestrutura,
esperamos que, passada a fase do ajuste, os governos coloquem seus
pagamentos em dia e reiniciem contratações de novas obras, além de
impulsionarem licitações de concessões e parcerias. Com isso, há
expectativa de retomada do crescimento da construção em 2016.”
No último mês de dezembro, o
Centro-Oeste do país foi a região que apresentou o maior percentual
de cortes (7,79%), comparado ao mês anterior com um saldo de 21.712
demissões. Em números absolutos, a Região Sudeste foi a que teve
mais vagas suprimidas (60.822) em relação a novembro com queda de
3,59%. Nas demais regiões ocorreram as seguintes variações: Norte
(-7,73% e 17.346 empregos eliminados), Nordeste (-4,11% e 30.268
cortes) e Sul (-3,77% e 18.882 cortes).