Com possibilidade de interdição, o
Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo)
tem até a próxima quarta-feira (26/9) para entregar um plano de
emergência e evitar que as portas sejam fechadas. De acordo
com Jacqueline Ramos Silva Carrijo, auditora fiscal da
Superintendência Regional do Trabalho no Estado de Goiás (STRE/GO),
a equipe da unidade tem feito um esforço heroico, mesmo com a falta
comprovada de produtos e insumos na unidade.
“Por falta de repasses de verba da SES
(Secretaria Estadual da Saúde) para a OS que administra, nós
flagramos que a situação realmente é critica”, disse. Segundo ela,
foi lavrado um termo de interdição com a determinação que sejam
apresentados critérios técnicos para delimitar os pacientes a serem
admitidos. “Isso para a regularização do abastecimento da unidade”,
explicou após reunião no Ministério Público Federal em Goiás
(MPF-GO).
Segundo a auditora, o objetivo não é
fechar as portas do Hugo, mas fazer com que a unidade atenda de
acordo com as possibilidades reais.
Em entrevista, Ciro Ricardo Pires de
Castro, diretor-geral do Hugo, garantiu que a unidade não deixará
de atender as emergências médicas e os pacientes em risco. “Está se
dando a impressão de que o Hugo está parado, mas muito pelo
contrário, estamos atendendo diretamente a todos os casos de
urgência”, declarou.
O procurador da República Ailton
Benedito de Souza afirmou que a situação do Hugo é grave. “Há um
déficit financeiro relevante para a unidade de saúde, o que está
prejudicando as suas atividades”, explicou.
“Temos que zelar que os recursos sejam
entregues para que a sociedade goiana tenha segurança de que o
hospital funcionará efetivamente. Hoje veio a informação de
que o ingresso de recursos de R$ 2 milhões supre as faltas da
farmácia pelos próximos 20 dias”, disse.
Segundo ele, o objetivo neste
momento é uma atuação emergencial para assegurar que o hospital
continue funcionando mesmo com as situações apresentadas. “Estamos
trabalhando também para que isso seja regularizado de forma
definitiva”, finalizou.
De acordo com a SES-GO, nesta
segunda-feira foram repassados R$ 2 milhões para a compra de
medicamentos. Segundo a pasta, o plano de emergência será entregue
dentro do prazo.