Se existe algo que empreendedores
adoram são problemas relevantes que atingem muitas pessoas. É neste
tipo de ambiente que eles podem aplicar novas tecnologias e ideias
inovadoras para criar grandes empresas. Para eles, o Brasil é um
parque de diversões. Basta olhar para um segmento de mercado que
encontraremos problemas sérios para serem resolvidos e que afetam
dezenas ou centenas de milhões de brasileiros.
Há alguns anos, vimos uma explosão de
startups atacando diversos problemas do mercado de finanças. Se por
um lado temos um dos sistemas bancários mais modernos do mundo, por
outro temos grandes ineficiências para serem resolvidas. São
problemas que motivaram empreendedores a criar as startups
financeiras, também chamadas de fintechs. Hoje, há centenas delas.
Algumas crescem tão rapidamente que já trazem soluções reais para
milhões de usuários em todo o País.
Mas não é só no mundo dos bancos que
temos problemas deste tipo para serem resolvidos. Outro segmento
que parece estar a beira de uma grande mudança é o da saúde. Os
ingredientes estão todos presentes e em grande abundância. Milhões
de pessoas afetadas – não estaríamos mentindo se disséssemos que
toda a população é afetada, desigualdades gigantescas no acesso a
serviços de saúde, problemas sérios de qualidade, custos galopantes
e ineficiências para todos os lados. Um prato cheio para
empreendedores.
A explosão das HealthTechs já começou
por aqui. Em um recente estudo da Liga Ventures, a contagem de
startups focadas em saúde no Brasil já passa de 250. Elas começam a
atacar de maneira focada cada um dos problemas que enfrentamos. A
tecnologia pode ser usada, por exemplo, para garantir acesso à
serviços de qualidade para a população de baixa renda. Para
melhorar a relação entre médico e pacientes através de canais
digitais. Garantir que prescrições médicas não tenham erros,
reduzir custos de planos de saúde com auxílio de inteligência
artificial, ou aumentar a adesão a tratamentos para doenças
crônicas usando assistentes digitais também são ideias
promissoras.
Se o número de iniciativas já é
excitante, são ainda mais animadoras as possibilidades de
aplicarmos tudo que aprendemos com a internet e tecnologias como
Big Data e Inteligência Artificial nos enormes bancos de dados da
saúde. Faz todo o sentido esperarmos resultados semelhantes aos que
vimos em outras áreas. É hora de termos serviços de atendimento em
clínicas e hospitais parecidos com o que já é feito por Nubank e
Magnetis. Ou vermos o uso de dados de forma personalizada para
precificar e facilitar o acesso a planos de saúde, da mesma forma
que já vemos nos produtos financeiros oferecidos por Creditas e
Guia Bolso. Claro, nada disto virá sem desafios. Mas é isto que
move estes empreendedores. Saúde!
*É sócio do fundo RedPint
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