O Pompéia é o único habilitado para alta complexidade na traumato-ortopedia em 49 municípios que fazem parte da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). O hospital é responsável por todas as intervenções de urgência. Para as eletivas, segundo a titular da 5ª CRS, Solange Sonda, a instituição é referência para 15 municípios. Porém, nenhum outro hospital está habilitado para esses atendimentos nas outras duas subdivisões da região, que abrangem as outras 34 cidades. Nesses casos, os pacientes entram em uma lista de espera estadual.
Conforme Solange, existe dificuldade em habilitar novos hospitais para o serviço por causa do baixo valor pago pelo SUS diante das exigências estabelecidas em portarias federais. Ela avalia ainda que a fila aumenta com a redução de pessoas com planos de saúde e por causa do descredenciamento de médicos da rede pública de saúde.
O superintendente do Pompéia, Francisco Ferrer, afirma que o hospital tem dificuldade em atender toda a demanda. Segundo ele, as enfermarias estão permanentemente lotadas na instituição. A taxa de ocupação é de 90%.
Por isso, Ferrer apoia a ideia de regionalizar os atendimentos. A proposta surgiu em audiência pública realizada em Caxias na semana passada pelo Parlamento Regional, iniciativa que reúne Câmaras de Vereadores da Serra.
O presidente do Legislativo de Farroupilha, Thiago Brunet, levantou a possibilidade. Para ele, essa é uma forma de otimizar o uso das estruturas hospitalares na região. O vereador e médico explica que hospitais de municípios menores sofrem com a ociosidade, enquanto os maiores têm dificuldade de garantir todos os atendimentos.
Brunet, que atua também no Hospital São Carlos, afirma que a instituição de Farroupilha tem taxa de ocupação média de 50%. O custo para a manutenção, no entanto, não reduz na mesma medida que a falta de pacientes. É que a UTI, por exemplo, tem que manter profissionais na escala mesmo com uso reduzido.
Segundo Solange Sonda, existe a possibilidade de regionalização. Mas ela explica que o processo não será rápido. Conforme a coordenadora regional de saúde, é preciso que os municípios aceitem e definam como isso será feito. É a chamada pactuação, que envolve o pagamento dos serviços. Como os municípios têm a gestão plena da saúde, a decisão passa pelo entendimento das prefeituras.