Além do salário, que tipo de benefício você gostaria que sua empresa lhe oferecesse? Embora a maioria das organizações, entre aquelas que concedem algum extra ao trabalhador, ofereça o trivial, como plano de saúde (98%), vale-refeição e vale-transporte (ambos com 92%), conforme levantamento da Hays, líder mundial em recrutamento e seleção especializada, há empresas que utilizam outros atrativos para conseguir os melhores profissionais e mantê-los no seu quadro. A Coca-Cola Femsa Brasil, por exemplo, oferece academia de ginástica nas instalações da empresa em Itabirito, na região Central do Estado, além de massagista.
O Sicoob Credicom oferece curso de finanças pessoais. E o Centro Universitário Una custeia parte de cursos de graduação, pós e de idiomas.
Diretora da Tecer Liderança, a especialista em recursos humanos Sonia Jordão observa que funcionários felizes trabalham melhor e, logo, contribuem para a lucratividade da empresa.
Para a diretora da Hays, Caroline Cadorin, a cesta de benefícios é importante em diferentes momentos e de diversas formas para as empresas, como ferramenta de atração de talentos e de retenção dos mesmos. “Em períodos como os que vivemos, em que os salários foram enxugados e os profissionais sentem o impacto de poucos aumentos salariais e até mesmo promoções, investir na utilização de benefícios pode ser uma alternativa para o sucesso das negociações”, diz.
A maior parte das empresas entrevistadas pelo levantamento “Sinais da Gradual Recuperação do mercado de trabalho”, da Hays, não implementou novos benefícios no ano passado, num total de 67%. O motivo, conforme Caroline Cadorin, foi o período de crise, que faz com que as empresas busquem a redução de custos.
Apesar do período econômico pouco favorável na economia, ela observa que existe um esforço grande em manter a cesta de benefícios. “E isso é feito muitas vezes por meio de renegociação com fornecedores, troca de alguns deles etc.”, ressalta Caroline.
Os especialistas da área de recursos humanos das empresas ouvidos pela reportagem destacam que, fora a atração de profissionais de maior qualidade, os benefícios ofertados ajudam no engajamento e na redução de faltas, em especial quando tem relação com os cuidados com a saúde, como ginástica laboral, academia, alimentação oferecida pela empresa, além de planos de saúde e odontológico.
Volta. Especialista em auditoria farmacêutica da Unimed Federação Minas, Fabiana Dutra conta que trabalhou na operadora de 2011 a 2013. “Saí e retornei em 2015. Além do bom plano de saúde, um dos atrativos é o Gympass (um plano de benefício corporativo que permite frequentar academias), no qual tenho acesso a várias modalidades de atividades em todo o país. Eu pago um valor muito acessível. É um incentivo para os funcionários cuidarem da saúde”, diz. Ela também aponta o bom ambiente de trabalho. “Isso é importante”, conclui.
Ações devem variar de acordo com perfil
A definição dos benefícios adotados pelas empresas, além dos tradicionais, varia de acordo com a área de atuação da companhia, perfil dos profissionais e cargo, segundo a especialista em recursos humanos Sonia Jordão. “Numa empresa com muitas mulheres, um auxílio-creche é mais útil. Numa indústria, ter o café da manhã pode ser um benefício mais apropriado”, analisa. Na pesquisa da Hays, feita com quase 3.000 profissionais, verificou-se que o benefício mais valorizado é o plano de saúde, mencionado por 92%, seguido por flexibilidade de horário (67%) e vale-alimentação/vale-refeição (60%).
Levantamento feito pelo Ibope Inteligência, em 2017, mostrou que, para 95% dos brasileiros entrevistados, o plano de saúde é um dos critérios mais importantes para escolher um emprego.
Para a diretora da Hays, Caroline Cadorin, os benefícios mais tradicionais continuam sendo importantes na percepção dos profissionais. “Estamos falando de produtos que oferecem tranquilidade ao trabalhador e fazem com que parte de suas despesas seja custeada pela empresa”, observa. Gerente de capital humano do Mercantil do Brasil, Márcio Ferreira diz que a assistência médica é um dos benefícios mais apreciados pelos colaboradores. “É um serviço que atende a uma necessidade”, frisa
Preocupação com as crianças
