Sindicato dos Condomínios
do Distrito Federal afirma ainda que 90% dos prédios da capital
apresentam algum tipo de irregularidade.
Depois do alerta da presidente do
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-DF), Fátima
Có, sobre
a existência de risco de desabamento em outros prédios da capital
do país, a exemplo do ocorrido na garagem
do Bloco C da 210 Norte no domingo (4/2), outra
informação promete tirar o sono de muitos brasilienses.
Segundo o Sindicato dos Condomínios (Sindcondomínios), pelo menos
1,7 mil edifícios – comerciais, industriais e
residenciais – estão sem seguro obrigatório. Ou
seja, em caso de acidente, os proprietários precisarão arcar
sozinhos com os prejuízos.
Ainda de acordo com a entidade, 90%
dos condomínios do Distrito Federal apresentam algum tipo de
irregularidade. “Procuramos sempre alertar os síndicos sobre a
necessidade de realizar a manutenção periódica dos prédios. O
problema é que o brasileiro tem por hábito só tomar providências
quando ocorre algo no terreiro do vizinho”, destaca João
Geraldo Dias Pimentel, presidente do Sindcondomínios.
Pimentel cita, por exemplo, a
cidade de Águas Claras. “Boa parte das novas construções apresenta
problemas estruturais e rachaduras. O Corpo de Bombeiros não
tem pessoal suficiente para vistoriar todos os prédios do DF”,
afirma. Outros problemas, segundo relata, incluem falta de
mangueiras, hidrantes, extintores de incêndio, porta corta-fogo e
sinalização.
Como as seguradoras exigem
vistoria de todos os órgãos governamentais – o Corpo de Bombeiros e
a Defesa Civil, por exemplo – para assinarem contratos com os
prédios, muitos acabam não conseguindo obter a apólice.
O Metrópoles acionou a corporação para
rebater as declarações, mas os bombeiros disseram que só se
manifestarão caso o Sindcondomínios apresente um documento
comprovando os dados fornecidos pelo presidente
da entidade.
Seguro
obrigatório
A contratação do seguro obrigatório é uma
determinação da Lei n° 4.591 de 1964, que dispõe sobre o condomínio
em edificações e as incorporações imobiliárias.
Segundo o parágrafo único da norma,
o seguro precisa ser
feito “obrigatoriamente dentro de 120 dias, contados da data
da concessão do Habite-se, sob pena de ficar o condomínio sujeito a
multa mensal equivalente a 1/12 do imposto predial”.
Preços
A
reportagem fez contato com o Sindicato dos Corretores de Seguros do
Distrito Federal e ouviu do presidente do órgão, Dorival Alves de
Sousa, que o seguro obrigatório de um condomínio custa, em média,
entre R$ 2 e R$ 5 mil anuais. Os valores pagos nos sinistros variam
de acordo com as coberturas contratadas.
“Alguns fatores são levados em conta
para a contratação de seguros obrigatórios. Podemos destacar o
tamanho do prédio, a localização e o custo do metro quadrado
naquela região, além da idade do condomínio em questão”, explicou o
sindicalista.