Drones e carros sem motoristas
oferecem grandes oportunidades para o setor de seguros, mas também
trazem novas exposições a riscos que precisam ser realmente
examinadas e compreendidas a partir de um seguro e de gerenciamento
de risco, de acordo com especialistas.
Os responsáveis por pensar em como
fazer as apólices dentro das companhias estão considerando todas as
implicações do transporte autônomo e dos drones, de acordo com Joel
Roberson, sócio da Holland & Knight L.L.P, escritório que tem como
foco políticas públicas e questões advocatícias.
O congresso dos EUA aprovou
unanimemente, em setembro, a legislação que define os papeis dos
governos das esferas federais, estaduais e municipais na
regulamentação dos carros autônomos, clareando os caminhos para que
os carros cheguem ao mercado; já as questões sobre drones foram
incluídas na legislação para que a Administração Federal refaça a
autorização. Enquanto isso, 21 estados aprovaram leis relacionadas
com veículos autônomos, e 43 estados adotaram leis cobrindo
drones.
Responsabilidades
“Isso muda as responsabilidades que
suas companhias experimentam e os itens sobre os quais você tem que
pensar através de uma perspectiva legal”, afirmou. “Questões como
‘quem é o responsável pelo veículo?’ são perguntas fundamentais que
os reguladores estão tentando responder. Os estados costumavam
regulamentar apenas e além da carteira de motorista, era requerido
que o condutor tivesse uma educação adequada para atuar no
trânsito. Agora, a questão é: ‘continua [o motorista] sendo um
papel apropriado par as responsabilizações do estado e os governos
locais?’
Mas o movimento em direção aos
carros autônomos e drones levanta uma série de questionamentos,
incluindo se os riscos potenciais podem ser limitados por meio de
estruturas corporativas e contratuais, conforme acredita Jeff Seul,
sócio de uma empresa de tecnologia. Para Seul,o tribunal dos EUA é
rígido em relação ao escopo de responsabilidades corporativas e
está relutante em romper com essas normas. Por isso companhias que
operam nesses espaços devem considerar estabelecer subsidiárias
para abrigar a maior parte dessas exposições.
Testes
“Por exemplo, quando a Amazon
utilizou drones em larga escala para fazer a entrega de seus
produtos, seria sensato – esperamos que seja ou que tenha sido
planejado – operar com uma empresa separada”, afirmou. “Isso deve
ser feito ainda que o dono da Amazon seja o único proprietário
final dessa subsidiária e que o serviço de entrega opere
principalmente em benefício dos consumidores da Amazon”,
explicou.
Se outras entidades da Amazon
estiverem envolvidas com a concepção ou fabricação de drones, elas
poderiam ter a exposição de responsabilidade do produto. “Por outro
lado, eles deveriam ser livres de responsabilidades por questões
como negligência da subsdiária na operação de drones e danos
causados por atraso nas entregas”,opinou.
Companhias que trabalharem com
operações de transportes autônomos pelos ares, também precisam
pensar sobre as coberturas de seguros que eles irão precisar para
cobrir os riscos, lembra Julia Palmer, sócia da Holland & Knight
baseada em Houston. Em adição ao tradicional seguro Auto, que
continuará sendo necessário apesar da evolução em direção à
autonomia de transporte,outras potenciais coberturas incluem riscos
cibernéticos,RC e apólices de infraestrutura pública, ela
reforçou.
“Acredito que seja um novo mundo
com diversas novas possibilidades, particularmente para a indústria
de seguros”,disse Julia . “Drones são grande oportunidades para a
indústria de seguros”.
Cargas
Mas, com as numerosas exposições em
potencial, incluindo os próprios danos aos drones, carga útil e
equipamento de solo, além dos danos relacionados à negligência de
operação. Além disso, há questões de invasão de privacidade e
interferência que possa causar em outras aeronaves.
“Muitas apólices – de
responsabilidades gerais comerciais – excluem a exposição
relacionada à aviação”, ressaltou Palmer. “Cobertura especializada
é necessária e é imprescindível consultar um corretor”,
alertou.
De uma perspectiva de gerenciamento
de riscos, as companhias precisam também implementar sistemas de
operações de drones, incluindo treinamento apropriado, manutenção e
atualização de software.