A administração do banco BPI aprovou
hoje a venda ao grupo CaixaBank de negócios relacionados com a
atividade de seguros de vida e pensões, gestão de ativos e banca de
investimento, num encaixe de 218 milhões de euros.
Em comunicado hoje enviado à Comissão
do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a instituição esclarece
que as “transações não implicarão mudanças na relação com os
clientes, uma vez que o BPI continuará a assegurar a operação
comercial dessas atividades, através dos correspondentes contratos
de agência, comercialização ou prestação de serviços”.
De acordo com o documento e, no que se
refere aos seguros e gestão de ativos, o BPI aprovou a alienação
“de todas as ações da BPI Vida e Pensões, sociedade que gere a
atividade de seguros de vida e a gestão de fundos de pensões, à
VidaCaixa, filial do grupo CaixaBank, por 135 milhões de
euros”.
O BPI esclarece também que os
contratos de distribuição de seguros entre o grupo BPI e a Allianz
Portugal não serão afetados por estas mudanças.
“Também serão transferidas as
participações de 100% nas sociedades de gestão de fundos de
investimento do grupo BPI, BPI Gestão de Ativos e BPI Global
Investment Fund, para o CaixaBank Asset Management, por 75 milhões
de euros e oito milhões de euros, respetivamente”, lê-se no
comunicado ao mercado.
A administração do BPI aprovou ainda a
venda das posições jurídicas do Banco Português de Investimento,
“dedicadas ao desenvolvimento da atividade de corretagem de ações,
‘research’ e ‘corporate finance’ ao CaixaBank, por um preço de
montante equivalente ao valor contabilístico dos ativos
operacionais líquidos daquelas atividades na data de fecho da
transação, valor esse que se estima que venha a ser de cerca de
quatro milhões de euros”.
Para manter a atividade, o CaixaBank
prevê constituir uma sucursal em Portugal, para onde serão
transferidos os trabalhadores do Banco Português de
Investimento.
Este conjunto de alienações ao
CaixaBank, principal acionista do BPI com 84,5% do capital,
representará a obtenção de mais-valias antes de impostos no valor
de 73 milhões de euros.
Em comunicado, o BPI esclarece que “a
operação […] tem como objectivo melhorar e ampliar, a médio e longo
prazo, a oferta comercial aos clientes do BPI, criar sinergias com
o grupo CaixaBank e concentrar o banco BPI na actividade bancária
‘core’ [principal]”.
As operações foram analisadas por uma
comissão do Conselho de Administração do banco BPI, presidida por
Fernando Ulrich, composta pelos membros não executivos do Conselho
de Administração. Cada uma das operações mereceu o parecer
favorável do Conselho Fiscal do Banco BPI.
O espanhol Caixabank controla 84,5% do
capital do BPI desde fevereiro (investiu 644,5 milhões de euros
para quase duplicar a sua posição que era de 45,5%) e, após serem
conhecidos os resultados da oferta pública de aquisição (OPA) que
lançou sobre o banco português, anunciou um objetivo de sinergias
anuais entre as duas entidades de 120 milhões de euros a partir de
2019.