Apesar de IPCA e Selic em queda,
mercado financeiro não muda estimativa de crescimento do PIB
O mercado financeiro revisou, mais uma
vez para baixo, a taxa Selic esperada até o final de 2017,
projetando-a agora em 9,50% (na semana passada era de 9,75%). Para
o próximo ano, o corte deve continuar, já que analistas estimam a
taxa básica em 9,38%- antes era de 9,50%. A queda dos juros tem
relação direta com a queda projetada para a inflação. Em razão
disso, o mercado espera um novo corte da Selic, de 0,75% ponto
percentual, na reunião de fevereiro do Comitê de Política Monetária
(Copom). Este mês, o corte de 0,75 ponto percentual fez o juro
básico recuar aos 13% ao ano.
Na semana passada, o presidente do BC,
Ilan Goldfajn, declarou que a política monetária entrou em novo
ritmo de corte de juros. Na ata do Copom, a redução mais forte foi
explicada como uma necessidade para ajudar a atividade econômica em
recessão atualmente.
A pesquisa Focus, divulgada nesta
segunda-feira, indica que a alta do IPCA em 2017 desacelerará aos
4,71%, abaixo da projeção da semana passada, de 4,80%, na terceira
semana de queda nas contas do mercado. Para 2018, permanece a
estimativa de 4,50%. No Top 5, grupo que mais acerta as projeções
no Focus, espera-se que a inflação medida pelo IPCA feche 2017 até
abaixo do centro da meta, a 4,45%, sobre 4,54% de antes. Para 2018,
o Top-5 projeta a inflação oficial em 4,50%.
Apesar de inflação e juros em
desaceleração, o mercado financeiro não alterou a projeção do PIB
brasileiro, com alta de 0,5% e de 2,2% em 2017 e 2018,
respectivamente.