Há alguns anos, os experts em seguros
começaram a prenunciar a iminência das interferências de disrupções
digitais, que deixariam um rastro de inovação pelo caminho. Com o
crescimento de Insurtechs e players não tradicionais adentrando o
mercado, fica claro que essa disrupção já chegou. No entanto, se os
players tradicionais aprenderem com esses novos entrantes,
continuando a promover uma cultura de inovação em seus negócios, a
disrupção não precisa ser perturbadora.
Tanto para os players tradicionais
quanto para os novos, seguem cinco tendências nas quais eles
deverão ficar de olho em 2017:
1. Inovações de seguros com as
Insurtechs
Mais do que uma palavra da moda, as
Insurtechs – aplicação de tecnologia às tradicionais práticas de
seguro – estão impactando o mercado.
Motoristas cautelosos e que dirigem
pouco estão vendo seus prêmios de seguros diminuírem graças ao
crescente número de programas de telemetria. A frequência de
sinistros tem sido impactada por sensores e câmeras traseiras, por
exemplo. Diversas companhias estão fechando acordos com startups de
drones para avaliar estragos de sinistros.
Os agentes, em outros lugares do
mundo, e corretores de seguros também estão aproveitando essa onda.
Muitos podem agora submeter suas propostas por meio de portais
online, o que não só facilita o processo de subscrição, mas também
aumenta a produtividade. Outros estão testando dos chats para
simplificar os processos e liberar tempo para tarefas que requerem
mais atenção.
2. Dar às pessoas o que elas
querem: refinando o portfólio de produtos A ideia dos
seguros é simples, mas as apólices de seguros muitas vezes acabam
sendo um incômodo para os segurados. As pessoas podem não entender
todos os custos, prêmios, coberturas e importâncias seguradas
disponíveis; e até mesmo esses termos podem, por si só, serem
intimidadores.
Com novos players no mercado, como
Metromile e Lemonade que surgiram nos EUA, espera-se que os players
tradicionais se abram mais para explorar maneiras de refinar sua
oferta de produtos, estruturas de pagamento e competição dentro do
mercado. Por exemplo, a companhia americana USAA recentemente
investiu US$ 24 milhões em Automatic Labs, uma plataforma
telemática que promete conectar “seu carro à sua vida” e fornece
uma gama de aplicativos integrados. Outros estão explorando novos
produtos em resposta aos serviços de consumo colaborativos, como
Uber, Airbnb etc.
Introduzir essas ofertas requer,
inevitavelmente, navegar em uma complexa teia de regulamentos e
diretrizes. Mesmo assim, muitos seguradores grandes encontraram o
lado bom dessas situações. Usando essa introdução em mercados
selecionados como uma oportunidade para avaliar o impacto e o
interesse financeiro que elas geram. Assim, seguradores podem
descobrir como funcionam os impactos dessas novas linhas, que tipo
de indivíduos elas atraem e em quais outros mercados o produto pode
ser lucrativo.
3. Jogando: intensificação da
camificação
Partindo de um interesse em ciência
comportamental e redes sociais, a gamificação no mercado de seguros
procura introduzir elementos de competição e trabalho em equipe
para encorajar seus colaboradores. Isso tomou várias formas,
incluindo sistemas que encorajam as vendas de novos produtos e
transformam materiais de educação de produtos em jogos digitais
interativos para melhorar o engajamento.
Para fazer os melhores investimentos,
os líderes que estão olhando para o futuro devem primeiro tentar
essas iniciativas com parceiros selecionados, e comparar o
desempenho deles com aqueles que não participam dessas novidades.
Fazendo isso, fica mais fácil reconhecer quais colaboradores estão
acertando e quais estão errando.
Incentivar os corretores de seguros e
identificar alternativas comportamentais favoráveis em seus pares
menos suscetíveis, pode desbloquear importantes oportunidades de
lucros para seguradoras.
4. Apoio ao time
Seguradores novos e tradicionais estão
focados em como otimizar as atividades e prioridades de sua força
de trabalho.
Isso pode ser uma tarefa complexa,
conforme as agências variam, como costumam construir seus
relacionamentos etc; as preferências de incentivo. As preferências
de incentivo do tipo tamanho único não servem.
Alguns corretores, por exemplo, podem
se beneficiar mais do crescimento da interação pessoal, ao vivo,
com subscritores que possam explicar riscos complexos e os
benefícios associados com produtos especiais das seguradoras.
Outros podem preferir uma visita motivacional de um executivo
companhia. No entanto, enquanto alguns podem se beneficiar de
múltiplas visitas todos os dias, outros podem preferir apenas uma
visita.
Para determinar o ritmo certo,
seguradores podem começar a olhar seus históricos para tentar
perceber qual impacto as visitas causaram anteriormente em
diferentes tipos de corretores. Por meio dessa análise, seguradores
podem coletar as informações necessárias para destinar recursos de
maneira que leve as corretoras ao sucesso sem desperdício de
verbas.
5. Impacto impulsionado pela
interação
Por serem empresas ágeis, as start-ups
brigam pela atenção dos segurados, assegurando que cada interação
com o cliente seja a mais positiva. Algumas empresas estão
investindo nas pessoas como centro do atendimento para construir
suas relações de confiança, enquanto outras olham para os meios
digitais para acessar oportunidades de cross-selling.
Então como os grandes seguradores
estão determinando quais ideias realmente tem um impacto na
satisfação e retenção do cliente e quais são boas apenas no
papel?
A resposta está em construir um funil
de inovações – um processo para coletar ideias, colocá-las em teste
no mercado e manter as melhores. Ter certeza de que esse funil na
companhia esteja sempre cheio – não apenas limitado a poucas ideias
– deixando os seguradores um passo mais perto às descobertas que
eles precisam para atingir com sucesso os clientes certos, com o
conteúdo certo e na hora certa.
Há grandes chances a frente para os
grandes seguradores. Com competidores mais ageia e novas
tecnologias moldando a indústria, executivos irão precisar
considerar cuidadosamente as oportunidades antes para se assegurar
de que eles estão conduzindo, não perseguindo, esse
desenvolvimento.