A solenidade estava marcada: dia 07, às 10 horas, no Palácio do
Planalto. Os convidados confirmados, a lista de Corretores e
representantes do mercado já concluída, o cenário político estava
favorável, mas só faltava uma assinatura para a sanção da Lei
Complementar 147/2014. E a conquista histórica aconteceu e foi o
tão sonhado presente para comemorar o 50º aniversário de
regulamentação da atividade profissional. Na prática é também o
início de um novo ciclo na trajetória da categoria. Depois de 12
anos de labuta, a conquista aconteceu. “Hoje foi a consolidação de
um trabalho que começou há 12 anos. Em 2002 nós conseguimos a
primeira vitória. O então comitê político da Fenacor veio para
Brasília, fez uma grande articulação e conseguiu aprovação na
Câmara e no Senado. Mas no final daquele ano nós fomos vetados pelo
então presidente da república”, conta Armando Vergílio, deputado
federal e presidente licenciado da FENACOR.
Ele continua contando sobre a importância dessa sanção. “Não
desistimos, não desanimamos, continuamos e, em outras duas
oportunidades, conseguimos a vitória no Congresso Nacional e,
infelizmente, veio o injusto veto. Sendo que na última oportunidade
que nós tínhamos sido incluídos, fizemos um acordo e estávamos
na tabela 4 e, mesmo assim, fomos vetados.” Porém o recomeço da
luta foi em 2013, quando foi criada uma comissão especial para
tratar desse assunto. “Uma comissão especial muito importante e eu,
felizmente, tive êxito numa articulação e consegui ser eleito
presidente de dessa comissão especial. Acredito que a partir daí
nosso destino final começou a ser alterado. Começamos a ter uma
perspectiva diferente. Como presidente da comissão especial eu
decidi fazer 10 audiências públicas em todas as regiões do Brasil e
em todas houve algo fantástico que foi a presença maciça dos
corretores de seguros”, lembra. Ressaltando esse momento, Vergílio
agradece os profissionais. “Por isso o meu primeiro agradecimento
vai para os corretores desses estados e também obviamente para os
sindicatos dos corretores, para o presidente ou para a presidente
do Sincor local que, junto com a sua diretoria, mobilizou e fez a
nossa presença nestas audiências, que foram determinantes para que
os parlamentares começassem a perceber a nossa importância.”
Vergílio foi o responsável pela aprovação do texto que
universalizava o Simples incluindo as corretoras de seguro e outras
categorias, mas que remetia para uma tabela de tributos chamada
tabela 6, onde haveria a possibilidade de um aumento da carga
tributaria, ao invés de uma desoneração. “O projeto era bom porque
trazia uma simplificação, desburocratização. Tinham vários pontos
onde havia melhorias no ambiente do micro e pequeno empreendedor,
mas desoneração fiscal e tributária não.”
E foi assim que nasceu outra luta: uma emenda para incluir os
Corretores na tabela 3. “Nós ousamos, tivemos coragem e fizemos uma
emenda nos colocando na tabela 3, fomos para o voto, conseguimos
articulação com vários deputados, líderes de partidos. Aprovamos a
nossa emenda e fomos incluídos na tabela 3”, enaltece Vergílio. O
deputado reforça que ainda faltava vencer o fantasma do passado: a
sanção da presidente. “Mas desta vez fizemos uma articulação que
não fizemos das vezes passadas. Nós fomos ao vice-presidente da
República por duas vezes, estive com o secretario executivo do
ministério da fazenda, o Robert Bittar também foi e fomos
quebrando as arestas, mostrando que a inclusão das corretoras era
medida de justiça, que não haveria perda, que traria um incentivo
ao corretor de seguros.”
Armando Vergílio se emociona ao agradecer a presidente Dilma e
se despedir da Câmara dos Deputados. “Hoje, felizmente, a senhora
Presidente da República, a quem faço um agradecimento, sensível aos
nossos argumentos, sancionou e nós estamos não só no simples, mas
na melhor e mais vantajosa tabela. Essa é uma grande vitória da
categoria. Agora eu queria me despedir, porque estou deixando a
Câmara dos Deputados, qualquer que seja o resultado dia 5 de
outubro, eu não sou candidato. Sou candidato a vice-governador do
meu estado. Eu saio da Câmara com o espírito de dever cumprido.
Isso que aconteceu hoje valeu o meu mandato!”, finaliza comovido.
Armando Vergílio foi muito aplaudido pela plateia ao ser citado
pelo ministro da Micro e Pequena Empresa Guilherme Afif Domingos, e
pela própria presidente Dilma Rousseff, como um dos principais
responsáveis pela aprovação e sanção do projeto.
O presidente em exercício da FENACOR, Robert Bittar também lista
uma série de pontos positivos, como o fato de as empresas optantes
passarem a ter uma só alíquota de imposto, significativamente
reduzida, além de benefícios gerados pela desburocratização e
facilidades administrativas, pois todos os tributos, inclusive ISS
municipal, serão recolhidos em uma só guia. Bittar lembra que esta
foi a quarta vez na história recente que a categoria teve a
oportunidade de concretizar esse antigo sonho. “A Justiça, enfim,
está sendo feita”, comemora o presidente em exercício da FENACOR.
Ele frisa que foram fundamentais os contatos políticos feitos pela
diretoria da FENACOR em busca de apoios de lideranças políticas e
autoridades. Nas últimas duas semanas, o próprio Robert Bittar
participou de duas importantes audiências em Brasília, com o
vice-presidente da República, Michel Temer, e o secretário
Executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Rogério Cafarelli.
Realmente a comemoração é muito válida. A sanção da presidente
Dilma Rousseff beneficiará cerca de 450 mil empresas de corretagem
de seguros e, a partir de janeiro de 2015, essas empresas com
faturamento anual de até R$ 3,6 milhões poderão ser inseridas no
SuperSimples.