Para Rodrigo
Dienstmann, parceria com UFS fornecerá subsídios para futuras
aplicações de TI em Saúde no Brasil
“Nossa intenção é criar uma referência para o Brasil todo”,
disse o presidente da Cisco, Rodrigo Dienstmann, durante solenidade
de lançamento da segunda etapa do Programa Avançado de Colaboração
e Educação em Saúde, parceria entre a fabricante e a Universidade
Federal de Sergipe. O executivo se referia ao projeto que conecta,
por meio de telepresença e videoconferência, médicos da família de
duas cidades do interior do estado (Lagarto e Tobias Barreto).
Todos os recursos tecnológicos empregados pelo projeto são
oriundos do Cisco Connected Healthy Children, programa de
responsabilidade social global da empresa. Na parceria, coube aos
poderes municipais, estadual e federal, por meio da Universidade e
das unidades de saúde, fornecerem capital humano, enquanto a
infraestrutura ficou a cargo da fabricante.
Heitor Gottberg, gerente de vendas da vertical de saúde da
Cisco, explica que o projeto não serve de “driver” comercial para a
companhia, mas sim como exemplo de sucesso técnico. O alvo,
explicou o executivo durante visita ao Hospital Universitário da
UFS, são principalmente empresas de saúde privada que prestam
serviços de gestão em hospitais públicos – organizações
constantemente pressionadas a aumentar a qualidade da assistência
com recursos considerados limitados.
É justamente este o caso do Hospital Albert Einstein, que
recentemente expandiu seu projeto de
telemedicina aplicado com sucesso no Hospital Municipal Moysés
Deutsch (M’Boi Mirim), na capital paulista, para outras regiões do
País – e da qual a Cisco é uma das principais
parceiras.
Para Gottberg, o grande trunfo do projeto implantado em Sergipe
é o sistema de agendamento das consultas, que obriga os médicos de
todas as instituições envolvidas a realmente utilizarem os recursos
de tecnologia da informação, o que ele considera “um salto no
processo de gestão”.
Dienstmann lembrou que, embora não haja retorno monetário para a
Cisco com o projeto implantado em Sergipe, há a tendência de que o
setor público invista cada vez mais em tecnologia para Saúde.
“Todos os investimentos que o Brasil precisa não se resumem às
escolas e aos hospitais, mas à uma mudança de paradigma dos
processos, e aí a tecnologia é fundamental.”
Há, lembrou o executivo, uma grande quantidade de recursos
oriundos dos campos de petróleo do pré-sal prestes a entrar no
caixa das secretarias de saúde, e por isso serão importantes as
medições do projeto sergipano, fornecendo subsídios para futuras
aplicações.
Atualmente, entre 15 e 20% do faturamento da Cisco do Brasil é
oriunda da vertical setor público, “que não inclui só governo, mas
também Saúde, inclusive para instituições privadas”, explicou
Dienstmann. Do todo, de 3 a 5% dizem respeito apenas as soluções
para o setor de cuidados médicos. Mas ainda há, é claro, muito
espaço para crescer: em 2014, o orçamento apenas do Ministério da
Saúde deve ultrapassar os R$ 106 bilhões.
* a reportagem visitou Aracaju e Lagarto a convite da Cisco
do Brasil