Um novo protocolo de tratamento
clínico para infecção pelo HIV de crianças e adolescentes foi
lançado pelo Ministério da Saúde em consulta pública na sexta-feira
(7). A nova proposta recomenda que o início do tratamento em
recém-nascidos expostos deve ser feito com AZT (Zidovudina) por
quatro semanas. Esta indicação é aplicada aos filhos de mães
soropositivas que foram acompanhadas desde o pré-natal.
Já no caso das gestantes que não
receberam antirretroviral durante a gravidez é recomendado aos
bebês a utilização de AZT (Zidovudina) por quatro semanas,
acompanhado de Nevirapina em três doses. Antes, a recomendação era
de uso do AZT durante seis semanas.
Outra mudança é a indicação do
início do tratamento para crianças de um a cinco anos, com carga
viral superior a 100 mil cópias (quantidade de HIV que circula no
sangue, considerada alta e que sugere o progresso da doença nas
crianças). Também é recomendado o início de tratamento para todas
as crianças com idade superior a cinco anos com CD4 acima de 500. A
contagem de linfócitos T CD4+ (CD4) indica como está a resposta do
sistema imunológico ao vírus, permitindo ao médico monitorar a
saúde de paciente que toma os antirretrovirais. Antes, o critério
considerado era a contagem de CD4.
O protocolo, que apresenta novas
propostas para aperfeiçoar o atendimento e tratamento dessa
população no país, ficará em consulta pública por um período de 30
dias (até 9 de março) e será finalizado ainda neste primeiro
semestre. A faixa etária considerada para o protocolo é de
recém-nascidos até os 13 anos.
Desde o final da década de 1990, o
Ministério da Saúde publica recomendações para tratamento de
crianças e adolescentes infectados pelo HIV e aids, baseadas nas
evidências científicas vigentes. Periodicamente, há a atualização
com a inclusão das informações sobre os avanços ocorridos nas
orientações para o tratamento e acompanhamento das crianças
expostas e infectadas pelo HIV.
A partir de 2012, os antigos
consensos terapêuticos passam a ser elaborados na forma de
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), publicados em
portaria, após período de 30 dias de consulta pública, em que a
sociedade pode inserir as suas contribuições ao
documento.
O novo protocolo define com maior
clareza a primeira linha de terapia antirretroviral TARV. Além
disso, o documento amplia as recomendações sobre diagnóstico,
manejo da falha terapêutica, adesão, revelação diagnóstica,
toxicidade, coinfecções, infecções oportunistas e abordagem aos
adolescentes.
O texto completo da proposta do
novo protocolo encontra-se disponível no endereço eletrônico:
www.saude.gov.br/consultapublica. A validação das proposições
recebidas e elaboração da versão final consolidada do protocolo
será coordenada pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais,
que deve finalizar o documento ainda neste primeiro
semestre.
Por Nivaldo Coelho, da Agência
Saúde.