A psoríase, doença de pele inflamatória crônica, sistêmica,
imunológica e não contagiosa, afeta de forma determinante a
qualidade de vida dos pacientes em tratamento, que costumam ter
problemas nas articulações e outras comorbidades, principalmente no
sistema cardiovascular. É o que revela o primeiro estudo sobre a
doença realizado no Brasil pela SBD (Sociedade Brasileira de
Dermatologia) e a Janssen Farmacêutica.
A análise preliminar, divulgada nesta quinta-feira (24), foi
realizada em parceria com 26 centros de referência no diagnóstico e
tratamento da psoríase em diferentes Estados brasileiros com 877
indivíduos com psoríase em placas e em tratamento.
Segundo Ricardo Romiti, dermatologista do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e um dos
coordenadores do estudo, quanto maior a gravidade da psoríase, mais
impacto a doença pode causar na qualidade de vida do paciente. Há
inclusive o risco de morte em decorrência de outras doenças
associadas, como hipertensão, obesidade, infarto, colesterol
aumentado, diabetes, artrite psoriásica, depressão, alcoolismo,
ansiedade, entre outras.
Dos participantes do estudo APPISOT (Avaliação da gravidade da
psoríase em placas em brasileiros em acompanhamento ambulatorial em
centros de referência) nesta análise com 877 pacientes em
tratamento nos centros de referência, 70% tinham alguma outra
doença associada à psoríase. Entre elas a obesidade ou sobrepeso
(75%); hipertensão (32%); depressão (26%); colesterol alto (25%);
artrite (17%); Diabetes Mellitus (17%); ansiedade (39%) e
alcoolismo (17%).
Metade dos pacientes analisados também apresentavam a doença na
forma moderada a grave. Os dados também revelam que 35% dos
participantes, com idade média de 48 anos, declararam não estar
trabalhando. "Isso representa um comprometimento importante na
qualidade de vida do paciente, inclusive na atuação profissional",
comenta Romiti.
Todo os pacientes foram avaliados por dermatologistas,
especialistas em psoríase, em relação à gravidade da doença,
tratamentos usados e em uso, impacto da doença na funcionalidade e
qualidade de vida e presença de comorbidades.
Entre os participantes do estudo, 25% se declararam pardos e 6%
negros – resultado que desmistifica a crença de que a psoríase
acometeria somente indivíduos da raça branca/caucasianos.
Quanto às partes do corpo afetadas pela psoríase, 77% dos pacientes
tinham placas nas pernas e coxas; 72% nos braços e pernas; 60% no
tronco posterior; 56% no tronco anterior; 57% na cabeça e pescoço;
19% nos pés e 23% nas mãos. Os entrevistados tinham idade média de
48 anos e foram diagnosticados com psoríase em média há 14
anos.
Tratamento
Atualmente o tratamento para a psoríase inclui medicamentos tópicos
(cremes e loções) para os casos leves e, para os casos de moderada
a grave, a fototerapia e medicamentos orais ou injetáveis, que
podem ser tradicionais ou biológicos. Do público participante do
APPISOT, 81% estavam em tratamento com medicamentos tópicos, 46%
com medicamentos tradicionais, 22% com biológicos e 6% com
fototerapia.