Uma das mais amplas análises já feitas sobre o assunto,
encomendada pelo Serviço Nacional de Saúde britânico (National
Health Service - NHS), aconselha que pessoas saudáveis não usem
aspirina para evitar ataques cardíacos ou câncer.
O levantamento, realizado pelo setor de pesquisas do NHS, afirma
que o remédio não deve ser consumido em doses diárias até que sejam
levantadas mais provas de seus benefícios.
A aspirina faz com que o sangue fique menos espesso e, por isso,
reduz as chances de formação de coágulos que podem causar um ataque
cardíaco ou derrame.
Já foram feitas até pesquisas que sugerem que o remédio pode
diminuir o risco de alguns tipos de câncer, o que levou a
discussões sobre as possíveis vantagens do uso de aspirinas por
pessoas saudáveis.
Diante de novos questionamentos sobre o assunto, o NHS pediu a uma
equipe da Universidade de Medicina de Warwik que avaliasse estudos
sobre os efeitos do medicamento.
Segundo os pesquisadores, dar aspirina a todos para evitar ataques
cardíacos e derrames "causaria danos, devido ao aumento do
potencial de sangramentos".
Quanto à prevenção do câncer, os pesquisadores avaliam que as
provas não são fortes o suficiente para que se chegue a uma
conclusão, mas os testes com aspirina feitos atualmente darão
resultados mais claros nos próximos cinco anos.
"Os riscos estão em um equilíbrio delicado e, no momento, não há
provas para aconselhar as pessoas a tomar (o remédio)", diz Aileen
Clarke, que liderou a análise na Universidade de Medicina de
Warwik.
"Seria ótimo falar que pessoas acima dos 50 anos devem tomar uma
aspirina por dia e terão menos casos de câncer, mas a pesquisa
ainda não foi concluída e devemos ser cautelosos."
"Temos que ser extremamente cuidadosos com a promoção em excesso da
aspirina", acrescentou a pesquisadora.