Economia mundial sofre
impactos da pandemia e seguradoras ampliam foco nos resultados
operacionais
A semana foi agitada no mercado,
com diversas companhias divulgando seus balanços referentes ao
primeiro trimestre de 2022. Apesar da expansão dos prêmios emitidos
pelas seguradoras, os desafios econômicos se apresentam diante do
resultado operacional das mesmas, além da alta da
sinistralidade.
Dados da MAPFRE Economics dão
dimensão de como os efeitos da pandemia de coronavírus poderão ser
sentidos por um vasto período na economia mundial. De acordo com a
instituição, o mundo e – especialmente – o Brasil irão crescer
menos. A previsão para o crescimento real do Produto Interno Bruto
(PIB) do Brasil é de apenas 0,7% – frente aos 5% que cresceu em
2021. Os economistas esperam crescimento de 3,6% na economia
mundial para 2022, ante 4,8% no trimestre anterior, e 3,6%, em
2023, com a inflação subindo 6,8% e 4,1%, em média, no último
trimestre em cada um dos anos. Isso, sem levar em conta a
probabilidade dos impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia.
No cenário macroeconômico, o Comitê
de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros Selic
para 12,75% ao ano. Nos Estados Unidos, o FED – Federal Reserve
System anunciou 0,50 ponto de expansão das taxas. “Os investimentos
mais recomendados nesse ambiente são os títulos de renda
pós-fixada, ou seja, os títulos que acompanham a variação da Selic,
com algumas opções oferecendo retorno de mais de 1% ao mês,
dependendo do prazo da aplicação, além de títulos indexados à
inflação, dado o cenário de preços elevados”, recomenda Felipe
Rodrigo de Oliveira, economista da MAG Investimentos.
Em contrapartida, o mercado
segurador demonstra sua solidez e equilíbrio perante aos desafios
do cenário complexo em que vive a sociedade moderna.
A BB Seguridade, por exemplo, teve
o melhor primeiro trimestre de toda história da companhia – com
aumento de 20,7% no lucro líquido, o que representa R$ 1,2 bilhões.
A companhia, todavia, destaca os efeitos do La Niña – que impactou
as culturas de soja e milho do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato
Grosso do Sul -, gerando R$ 2,2 bilhões em sinistros avisados.
O lucro da Caixa Seguridade também
teve forte expansão – e consolidou crescimento de 29% nos três
primeiros meses de 2022, um resultado histórico de R$ 557 milhões.
Entre os destaques estão as carteiras de Vida, com crescimento de
7,8%, Residencial – com 6%, e Habitacional – com 4,9% de
expansão.
Já a Bradesco Seguros registrou
faturamento de R$ 22 bilhões – o que representa um total de 13,2%
na comparação com o mesmo período de 2021. De acordo com o Grupo
Segurador, os Prêmios Ganhos registraram evolução de 9,2% e o
Resultado Financeiro cresceu 15,7%.
A Porto registrou aumento de 21,4%
em suas receitas no primeiro trimestre de 2022 – na marca de R$ 5,9
bilhões. O lucro líquido foi de R$ 175,1 milhões. Na vertical de
Seguros, a companhia cresceu 15%. Os destaques são da Porto Saúde e
Porto Seguro Bank – crescendo a índices superiores a 35%. Além
disso, a Porto Saúde viu suas receitas crescerem 37,4% – na
comparação com o primeiro trimestre do ano anterior -,
impulsionadas pelo Seguro Empresarial, que ampliou seus prêmios em
43,2% no trimestre e adicionou 95 mil vidas nos últimos 12 meses,
alcançando cerca de 370 mil vidas seguradas.
Por fim, a MAPFRE Brasil registrou
crescimento de 35,3% em prêmios no comparativo com os três
primeiros meses de 2021. O volume atingido pela companhia no País
totalizou € 987 milhões, alavancado, principalmente, pela evolução
dos negócios agrícolas, de Vida Risco e os seguros de automóveis,
que cresceram 76,3%, 21,7% e 35,2%, respectivamente.