Nesta segunda-feira, dia 4, começa a consulta pública para tratar
do credenciamento e funcionamento das Sociedades Iniciadoras de
Serviço de Seguro (SISS) no âmbito do Sistema de Seguros Aberto, o
Open Insurance. A Superintendência de Seguros Privados (Susep)
divulgou uma nota explicando que no modelo proposto,
seguradoras, corretores e corretoras poderão constituir ou se
transformar em Sociedades Iniciadoras.
O
SISS era um ponto que despertava dúvidas no mercado já que
inicialmente o Corretor de Seguros havia ficado de fora, inclusive
da discussão. Agora, com a consulta pública que ficará aberta até o
final do mês, surge a oportunidade de ampliar as possibilidades de
participação da sociedade e do mercado na estruturação dos modelos
de atuação dentro do Open Insurance.
Na
informação divulgada nesta manhã, dia 4, a Susep diz que no modelo
proposto, as seguradoras poderão exercer algumas atividades
oferecidas pela SISS e também constituir empresa tendo como
propósito específico o exercício dessas atividades de iniciação de
serviços.
Os
corretores e corretoras de seguros também poderão constituir ou se
transformar em iniciadoras, na medida em que atendam aos requisitos
de capital e segurança cibernética, entre outros estabelecidos na
resolução.
Em complementação à Resolução CNSP nº 415, de 2021, a minuta
colocada em consulta pública indica que as Sociedades Iniciadoras,
como participantes de forma obrigatória no Open Insurance, devem
ser credenciadas pela Susep e constituídas sob a forma de sociedade
anônima. Adicionalmente, deverão ter a prestação de serviço de
iniciação de movimentação no Open Insurance como objeto social
exclusivo ou ser uma instituição iniciadora de transação de
pagamento devidamente autorizada, nos termos da regulamentação do
Open Banking.
A
proposta considera ainda que o chamado serviço de iniciação de
movimentação é destinado à experiência do cliente e deve ser
ordenado pelo cliente. Isso inclui a iniciação de procedimentos
relacionados à contratação de seguro, de plano de previdência
complementar aberta ou de título de capitalização, endosso, resgate
ou portabilidade de plano de previdência ou de capitalização,
pagamento de sorteio, aviso de sinistro, entre
outros.
“As
SISS funcionarão como elemento adicional a contribuir para a
expansão e ganho de eficiência do mercado de seguros. As SISS
também acrescentarão conveniência e valor à experiência do
consumidor de seguros, a partir do conhecimento de seus dados
históricos. Tudo baseado no emprego intensivo de tecnologia,
inovação e, claro, no conhecimento circunstanciado – e consentido
– de seus dados”, explica o Diretor da Susep, Vinícius
Brandi.
As
Sociedades Iniciadoras deverão ter requisitos financeiros como um
patrimônio líquido superior a um milhão de reais, seguir regras de
governança, de sigilo de dados e informações, além de segurança
cibernética, semelhantes às exigidas para as sociedades seguradoras
e atreladas à Lei Geral de Proteção de Dados, assim como, cumprir
exigências específicas de conduta quanto ao relacionamento com os
clientes.
A
norma estabelece sanções e penalidades para hipóteses de
descumprimento das regras do Open Insurance pelas Sociedades
Iniciadoras, com a previsão de multas que podem chegar a R$
600.000,00 por infração.
A
superintendente da Susep, Solange Vieira, acredita que as mudanças
trarão grandes vantagens aos diversos atores do mercado:
seguradoras, corretores e consumidor. “A SISS aparece no ambiente
Open como um prestador de serviço que, há muito, vem sendo
utilizado pelo mercado de seguros – as Insurtechs. A grande
diferença é que a SISS é obrigada a operar em um ambiente “aberto”
e interligar todos os atores, sem restrições ou escolhas”,
explica.
No
ambiente Open todas as seguradoras que desejarem poderão apresentar
seus preços a partir das informações autorizadas pelo cliente, as
quais poderão contar com dados trazidos da plataforma integrada do
Open Finance.
Open
Insurance
O
Open Insurance consiste basicamente em um ambiente que possibilita
o compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de
abertura e integração de sistemas. A operacionalização deste
compartilhamento é atingida por meio do estabelecimento de padrões
tecnológicos.
O
compartilhamento tem como objetivo ser totalmente voltado para
atender os interesses do consumidor de forma segura, ágil, precisa,
transparente e conveniente, respeitando a privacidade dos dados e,
acima de tudo, a vontade expressa e inequívoca do
cliente.
A
estruturação do open finance aconteceu junto com os avanços do Open
Banking e a expectativa é que até o final de 2022 o Open Banking e
o Open Insurance se integrem em um modelo de Open Finance,
propiciando ao consumidor condições mais favoráveis de inclusão
social, através do maior acesso aos produtos financeiros
disponíveis no mercado, sejam eles bancários ou de
seguro.
De acordo com a Susep, um dos objetivos do Open Finance no
país é a promoção da cidadania financeira, por meio da ampliação do
alcance de serviços financeiros e securitários, atingindo o maior
número possível de pessoas, e desta forma impulsionando o
desenvolvimento social do país. “É importante lembrar que
seguro é proteção e queremos que todos os cidadãos possam ter seu
seguro.”, destaca Solange Vieira.