Com
o advento da pandemia, o número de contratos de seguros de vida
individuais cresceu 26% em 2020. A soma do valor dos contratos foi
de R$ 6 bilhões, em 2019, para R$ 7,6 bilhões em este ano. No caso
de seguro de vida em grupo, o valor dos contratos com empresas e
sindicatos cresceu 3,6% também em 2020. Tendo em vista esse
cenário, diversos bancos digitais entraram no mercado de seguros e
passaram a distribuir produtos de vida, como é o caso do Banco Next
e do Nubank.
Frente às novas modalidades de contratação, o Corretor de Seguros
segue sendo a melhor opção para o cliente, de acordo com Thiago
Senna, Corretor de Seguros Especialista em Seguros de vida. Ele
também pontuou essas mudanças e o apetite dos bancos digitais pelo
setor. “A cultura está mudando e as pessoas estão começando a se
preocupar mais com esse tipo de proteção”, explicou. No entanto, o
Corretor fez um alerta sobre os produtos oferecidos por essas
instituições.
O
Banco Next oferece um seguro de vida que custa a partir de R$ 8,90
(para quem tem até 40 anos) e que o usuário contratante pode listar
até 15 beneficiários e uma indenização inicial de R $10 mil. Sobre
essa cobertura, Thiago explicou que, quando uma pessoa
contrata um seguro de vida, dificilmente ela escolhe 10 pessoas
para beneficiar, no entanto, caso o seguro seja de baixo valor,
quanto mais se divide, menos as pessoas recebem. “Não resolveria
nada, nesse caso. É um valor baixo para qualquer pessoa. Para quem
tem uma renda de um salário mínimo, 10 mil reais, é muito bem
vindo. Mas, para uma qualquer pessoa que receba um pouco mais que
isso, já percebe que esse valor não resolve
problema”.
Thiago também explicou que o serviço oferecido por bancos digitais
pode ser classificado como um auto-serviço, mas que não é feito de
forma personalizada, não há a percepção de necessidade real. “Eles
oferecem um questionamento para direcionar de alguma forma o
produto, mas não tem uma análise minuciosa, esse serviço nunca vai
substituir um Corretor de Seguros, que vai desenhar uma proteção
voltada à educação de filhos e outras coisas nesse sentido, como
inventário, manutenção do padrão de vida, sucessão empresarial,
etc. Com o auto-serviço, você pode pagar mais caro ou mais barato
do que o que você precisa, mas dificilmente será o ideal para
você”.
Ainda segundo o Corretor, para que um seguro de vida adequado seja
feito, é preciso levar algumas condições em consideração. “Eu iria
fazer uma análise financeira e faria uma cobertura personalizada,
levando em conta padrão de vida, despesas, reservas, situações
temporárias e fixas. Faríamos cobertura para morte, doenças graves,
invalidez, afastamento temporário, queda na renda, internação com
reposição de renda, cirurgia (que é uma cobertura nova, que tem
menos de 2 anos), assistência funeral familiar, basicamente seria
isso e no mais a gente avalia se ela tem empresa, sócios, se tem
funcionários e entraria com vida em grupo. Dá para trabalhar muito
bem”.
Josusmar Sousa, Corretor também especialista em seguro de vida e
integrante da Million Dollar Round Table , MDRT, pontuou que, em
sua visão, os seguros de bancos digitais vendem sem a devida
cobertura para o Segurado. “O seguro acaba saindo muito caro pela
falta de uma cobertura necessária e capitais incipientes. O
segurado precisa entender a verdadeira finalidade do seguro, se é
pagar um preço justo e proteger sua família, ou pagar preço baixo
sem ter cobertura que precisa”.
Diante desse cenário, Josusmar acredita que o papel do Corretor é
orientar seus clientes para eles entenderem, de fato, o que
representa contratar uma apólice de seguro de vida. “O papel do
corretor é educar e assessorar o cliente sobre o significado e os
benefícios do verdadeiro seguro de vida. Uma pergunta que
deveria ser feita a quem faz este tipo de seguro é: Por
quanto tempo você pretende morrer, 2, 3 ou 4 semanas? Pois é quanto
tempo vai durar essa indenização. Negligenciar um seguro de vida e
negligenciar sua família”.