O presidente do Sincor-SP,
Alexandre Camillo, falou em seu programa Direto & Reto com Camillo,
canal de comunicação com os corretores de seguros, sobre a
mobilização do setor para a retirada dos artigos que atingem a
profissão na Medida Provisória 905/19.
“Neste último Direto & Reto de
2019, procuramos tirar dúvidas e dar orientações oferecendo um
pouco mais de tranquilidade aos corretores de seguros no fim de
ano, informando sobre ações que estão sendo tomadas para garantir
nossa atuação. Estamos mobilizados para a retirada dos artigos da
MP que atingem a profissão, especialmente dois itens do artigo 51,
um que revoga a Lei nº 4594 e outro que revoga alguns artigos do
Decreto Lei 73/66, o que nos retira do Sistema Nacional De Seguros
Privados”, anunciou.
Ele explicou que o principal
objetivo da MP, que cria o programa Emprego Verde e Amarelo, era
possibilitar a criação de 1.800.000 postos de trabalho, visando
especialmente jovens que estão fora do mercado ou que nunca tiveram
um registro na carteira de trabalho. “Esta era a intenção primeira
da MP, mas aí foram sendo colocadas outras situações nela, como a
revogação de várias profissões, inclusive a de corretor de
seguros”, afirmou.
Camillo ressaltou que as lideranças
da corretagem de setor estão mobilizadas para reverter os pontos
que prejudicam a categoria. “No dia seguinte estávamos reunidos na
Susep, o presidente da Fenacor, Armando Vergílio, o deputado
federal, Lucas Vergílio, e eu, tentando entender a motivação e as
consequências disso tudo”.
As lideranças veem com bons olhos a
autorregulação. “Se de fato a Susep não consegue cumprir com esse
papel de orientar, fiscalizar, ter uma ação preventiva e de
punição, a autorreguladora pode sim cumprir este papel”. Camillo
afirmou que a única autorreguladora constituída e aprovada pela
Susep neste momento é o IBRACOR.
Camillo enfatizou que as lideranças
estão atuantes para fazer com que a Lei nº 4594 volte a vigorar,
mesmo que tenha uma nova redação, mais apropriada para o momento, e
que os corretores voltem a integrar o SNSP.
Ele explicou ainda que os
corretores que se associarem ao Ibracor até o fim deste ano não
terão taxa associativa até 2021. ”Não há obrigatoriedade alguma em
ser sócio, o corretor de seguros pode ser ou deixar de ser a hora
que bem entender”, disse.
Ele convidou os corretores a se
associarem à entidade. “Se associe ao IBRACOR, que neste momento
não tem custo, participe do Sincor-SP, vamos fortalecer as nossas
entidades. O Ibracor fará um processo apolítico, não tem nenhum
dirigente de sindicatos da categoria em seu quadro executivo, por
estatuto, mas temos total afinidade. Vamos focar no que é bom para
o todo”.
Segundo Camillo, as primeiras
declarações da Susep foram que a fiscalização da categoria, de
forma preventiva, de orientação ou mesmo punitivas quando se
deixava de cumprir com o profissionalismo e ética necessários, não
vinha sendo cumprida pela autarquia. Isso somado à diretriz do novo
governo, que tem uma orientação econômica extremamente liberal, fez
a Susep entender que estava aí a oportunidade de deixar de atuar no
registro e supervisão do mercado de corretagem de seguros. “Claro
que isso é inconcebível para nós, e dissemos em letras garrafais à
Susep, a área de distribuição de seguros precisa fazer parte do
Sistema Nacional de Seguros Privados”.