A receita do setor de seguros cresceu, no acumulado janeiro a outubro, 12,6%, com faturamento de R$ 220,6 bilhões, excluindo a saúde suplementar e o seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores Terrestres (Dpvat). De novembro de 2018 e outubro de 2019, a expansão foi de 10,3%.
O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Márcio Coriolano, disse hoje (19), durante encontro nacional das seguradoras, que os meses de novembro e dezembro, historicamente, são característicos de um crescimento maior do seguro Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que, até outubro, registraram alta de 18,7%, o que fez com que a expansão do setor este ano ultrapassasse os dois dígitos.
“Uma base maior de pessoas está comprando planos VGBL. Há, sim, um efeito da aprovação da reforma da Previdência”, admitiu.
De acordo com Marcio Coriolano, o crescimento do mercado segurador brasileiro este ano, como ocorreu em 2018, não foi homogêneo. O setor de seguros automotivos cresceu apenas 0,41%, até outubro, devido à produção menor de automóveis, à queda da renda média do trabalhador, ao aumento do transporte de aplicativos ou “uberização”, entre outros fatores. Já os seguros de danos e responsabilidades, que incluem automóveis, cresceram 5,4% em dez meses.
Seguro pessoal
Os planos de risco, que envolvem cobertura para casos de morte, invalidez e doenças, e os seguros do tipo prestamista, que garantem a quitação de uma dívida ou de planos de financiamento do segurado no caso de sua morte ou invalidez, acumularam R$ 36 bilhões em prêmios até outubro, superando pela primeira vez os prêmios do seguro de automóveis, que foram de R$ 29 bilhões. “Isso é inédito na história do setor de seguros”, disse Coriolano, acrescentando que isso mostra que as pessoas estão querendo se proteger cada vez mais de infortúnios e sinistros que podem afetar suas famílias.
“A maior procura pelos seguros de pessoas é um sinal de amadurecimento maior da população, mormente que a preferência por esse tipo de seguros está acontecendo em um momento de fragilidade do país, com desemprego alto, queda ainda do rendimento médio que as pesquisas mostram”, disse.
Com a melhoria da renda dos brasileiros, Coriolano disse que a expectativa é de elevação da capacidade da população comprar seguros de responsabilidade civil.
A CNSeg elaborou dois cenários para 2020. No cenário mais pessimista, a entidade está projetando expansão para o setor de 6,7%. Já no cenário otimista, o aumento deverá superar 13,4%. “O cenário otimista já é superior ao que a gente está projetando para este ano de 2019, 10,3%”.
Prêmio
Durante evento promovido pela CNSeg, foi entregue o 9º Prêmio Antonio Carlos de Almeida Braga de Inovação em Seguros. Essa é a mais importante premiação a projetos inovadores e relevantes para o setor e ocorre em três categorias: produtos e serviços; comunicação; e processos e tecnologia.
Os primeiros colocados receberam prêmios em dinheiro no valor de R$ 30 mil, e os segundos e terceiros colocados ganharam R$ 15 mil e R$ 10 mil, cada.