A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) discute mudanças
para entrarem em vigor no segundo semestre ou no início de 2019. A
fórmula prevê a cobrança de franquias dos usuários dos planos de
saúde. Além da mensalidade, o usuário terá de pagar a cada vez que
fizer consultas ou realizar procedimentos.
A medida é criticada por
entidades de defesa do consumidor e conselhos de saúde, que apontam
que, além da imprevisibilidade de gastos ao usuário, o novo modelo
de cobranças deve sobrecarregar ainda mais o SUS. Segundo a norma
pretendida pela ANS, franquias e coparticipações não poderão
ultrapassar o valor da mensalidade.
“Será mais uma medida em que quem vai pagar a mais é o usuário.
Pesquisa da própria ANS diz que de 2015 para cá, os planos perderam
cerca de 2,6 milhões de clientes, pelo desemprego e a atual
situação econômica do país. Essas operadoras sempre buscam o lucro.
Ao não terem lucro, procuram a ANS para ajudar a solucionar esse
problema”, critica o conselheiro estadual de Saúde Mauri Bezerra em
entrevista ao repórter Leandro Chaves, para o Seu Jornal, da
TVT.
Para a pesquisadora do
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Ana Carolina
Navarrete, a “confusão” que deve ser criada por esse novo modelo de
cobrança vai impactar a saúde e o bolso dos usuários.
“A gente já viu estudos, inclusive da Universidade de
Harvard-Kennedy, que mostra que as pessoas não usam melhor o plano
(a partir desse novo modelo), só usam menos e pronto. Isso acaba
impactando no diagnóstico precoce da doença e na prevenção. Então
isso prejudica a saúde no longo prazo”, diz a
pesquisadora.