SÃO PAULO (Reuters) - A integração
entre os diferentes agentes do setor de saúde pode trazer
eficiência aos negócios e respostas aos desafios enfrentados pelo
setor atualmente, disse nesta quarta-feira o presidente do grupo de
medicina diagnóstica Fleury, Carlos Marinelli.
“Temos muito desafios no setor e
definitivamente não temos bala de prata para resolver os
problemas", disse Marinelli durante a Latin America Investment
Conference, promovido pelo Credit Suisse em São Paulo.
"A integração aliada ao uso da
tecnologia pode trazer respostas ao setor, desde que estejamos
trabalhando dentro de um mesmo ecossistema e possamos usar as
informações para dar maior suporte ao médico, ao paciente, ao
hospital e à operadora (de plano de saúde", acrescentou.
Questionado sobre a perspectiva para o
setor em 2018, ele citou elevado potencial de crescimento em função
da maior longevidade da população e da retomada do emprego após a
mais profunda recessão econômica em décadas.
"Naturalmente o setor como um todo se
aquece com a retomada do emprego formal, que traz o acesso aos
planos privados", disse o presidente do Fleury. Segundo ele, o
Brasil conta com 43 milhões de vidas cobertas por planos de
saúde.
Marinelli observou que o foco do Grupo
Fleury em segmentos premium e intermediário permitiu um crescimento
sustentado mesmo durante a crise econômica. "Vimos uma saída
massiva de planos mais básicos ligados à indústria de construção
civil e pesada, que não é nosso foco de atuação", afirmou.
Sobre a crise de febre amarela no
país, o diretor de operações técnicas em análises clínicas do
Fleury afirmou que o grupo criou no fim do ano passado um teste
diagnóstico de biologia molecular para detecção da doença que vem
sendo altamente demandado em sua rede de laboratórios.
"Desenvolvemos e validamos esse teste
em tempo recorde... Estamos sempre nos antecipando à epidemia,
fizemos o mesmo com a H1N1 e o vírus da Zika", disse o diretor.
(Por Gabriela Mello)