Seguro veicular e plano de saúde são alguns dos serviços que o consumidor paga, em geral, para não precisar usar. Foi após um acidente com um animal na pista que o professor Renato de Bozzano Rodrigues, 29, precisou acionar o seguro veicular. Ele foi surpreendido ao saber que o carro nunca esteve coberto com a seguradora.
Renato, que mora em Campina Grande, e pelo menos outros quatro amigos foram vítimas de um golpe envolvendo um corretor de seguros que efetuava apenas o primeiro mês dos contratos para gerar a documentação e evitar a desconfiança dos clientes. O caso foi levado à Polícia em maio, mas o acusado continua em liberdade.
A contratação do serviço foi feita por indicação. O sinistro, ocorrido em abril, teve um prejuízo de quase R$15 mil, e Renato precisou se virar para custear o conserto do carro sozinho. “Foi logo após o sinistro. Eu estava com o carro cedido por uma locadora, que na verdade era pago pelo Hugo, enquanto o meu estava na oficina. Demorou cerca de um mês e minha esposa desconfiou e ligou para a seguradora para saber da minha apólice. Foi ai que descobrimos que minha apólice havia sido cancelada”, contou.
Foi Danderson da Silva Ferreira, 26, que indicou o corretor Hugo Leonardo Machado Cardoso a Renato e outros três amigos. Os carros mais populares eram um Fox e um Ford Fiesta 2015, mas além destes, donos de uma caminhonete Amarok e dois sedans Corolla também contrataram o falso seguro.
“O que me deixou mais mal foi isso (ter indicado o seguro). Se fosse só comigo, eu não ligava, deixava um vagabundo desses pra lá, mas muita gente foi envolvida. No começo do mês, eu liguei para uma das seguradoras que ele fez e quem atendeu disse que estava com um prejuízo de R$10 mil, pois ele pulava de seguradora em seguradora. Como eu só havia precisado de reboque, nunca desconfiei, e havia indicado porque ele namorava com uma prima distante”, disse.