Venda do produto deve ter o apoio de
um corretor de seguros habilitado
RIO — A ideia de contratar um seguro
on-line, sem a presença de intermediários, é tentadora, mas pode se
tornar uma armadilha. Antes de fechar uma apólice pelo computador
ou telefone celular, é preciso muita cautela: o consumidor deve ter
a atenção redobrada e ler com muita atenção os termos da cobertura.
De acordo com Ianz Monteiro do Rio, fundador da Smartia Seguros,
empresa especializada na venda deste tipo de seguro, embora seja
uma opção mais rápida de contração, é fundamental que tenha o apoio
de um corretor de seguros habilitado pela Superintendência de
Seguros Privados (Susep).
— Caberá a esse profissional indicar o
produto mais adequado ao perfil do cliente, que apresenta
características que precisam ser consideradas no momento da escolha
do produto. Se a contratação for através de uma corretora de
seguros, o segurado também deve se informar se a empresa em questão
é habilitada para a venda — aconselha Monteiro.
Segundo a Federação dos Corretores de
Seguros (Fenacor), a propaganda pode iludir o consumidor ao dizer
que o corretor de seguros não é necessário. E alerta: empresa sem
registro, com posturas agressivas em relação ao consumidor, ao
mercado e aos corretores de seguros é ilegal. Por isso, reforça
Monteiro, é aconselhável optar sempre pela aquisição de um produto
oferecido por uma seguradora, fugindo das empresas que não têm
registro junto à Susep, que não seguem as regras de gestão
financeira e nem oferecem garantias de reservas para o pagamento
dos valores contratados. Ou seja, não são amparadas pela lei.
Segundo reportagem publicada pela
Defesa do Consumidor em dezembro passado, há casos de seguradoras
100% on-line que não divulgam com clareza detalhes importantes nas
apólices de automóveis e seguro de vida. Nas apólices de automóvel,
por exemplo, muitos segurados não percebem que a cobertura só
inclui perda total (apelidada no site de PT), daí o fato de não
cobrarem taxa de franquia.
Um fator muito importante, diz
Monteiro, e que deve ser destacado sempre, é relacionado ao
fornecimento de informações por parte do cliente. Este precisa
entender que não pode, jamais, esconder ou dar informações
incompletas:
— Esta atitude pode fazer com que a
seguradora negue o pagamento dos valores contratados quando o
evento, o sinistro, ocorre. Mas é fundamental que se diga que uma
resposta correta tem por base o entendimento da pergunta pelo
cliente. Assim, reitero que o apoio do corretor de seguros é
imprescindível para que todo o processo de contratação seja
seguro.
Confira outras dicas ao contratar um
seguro on-line:
— O consumidor deve ter um cuidado
ainda maior no caso da contratação do seguro ser realizada
integralmente pela web. Em casos assim, é preciso redobrar a
atenção no preenchimento dos formulários, lembrando que neste
modelo não há contato da corretora ou do corretor durante o
processo. Assim, aumentam os riscos de erros na contratação e de
problemas para o recebimento da indenização.
— Devido a questões como a citada
acima, o especialista aconselha a adoção do chamado modelo híbrido,
quando, apesar do segurado realizar seus cálculos sozinhos pela
internet, sempre haverá o contato, e o acompanhamento, de um
profissional antes da contratação efetiva.
— Fuja das armadilhas da contratação
de um seguro “muito mais barato”, como sugerido por algumas
propagandas atuais na web. Desconfie. É importante que o cliente
esteja ciente que não é possível que haja uma diferença financeira
tão grande na contratação de coberturas semelhantes. É importante
lembrar que existe um custo associado a qualquer garantia
contratada e neste ramo ele não pode ser tão barato em relação aos
riscos envolvidos.