Acusados de integrarem uma quadrilha que aplicava o golpe
conhecido como “tombo no seguro” – que consiste em forjar roubos de
veículos para receber o seguro de maneira indevida -, três homens
estão sendo procurados por agentes do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Subsecretaria de
Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Segurança
Pública.
Na tarde de ontem, outros seis acusados de integrarem o bando
foram presos durante a Operação Voo Livre, que também cumpriu 27
mandados de busca e apreensão. Entre os acusados está o policial
civil Fábio Augusto de Mello Xavier, preso em São Gonçalo, durante
a operação deflagrada na última quarta-feira. Além dele, que era
identificado como Garotinho, foram presos: Natanael Azeredo de
Ferreira e Lourival Rodrigues da Silva Junior, o Gaivota. Ambos
atuavam como instrutores de parapente e eram conhecidos em Niterói
pela atividade esportiva. Permanecem foragidos: Vagner Ramos, Roney
Petrucio Oliveira Nascimento e Paulo Henrique Saraiva Santos. Na
casa de um dos acusados, Fernando Tadeu Nascimento, em Teresópolis,
os agentes apreenderam carros e motocicletas, que vão passar por
perícia.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, as fraudes
consistiam na locação ou aquisição de automóveis com uso de
documentos falsos e pagamentos com cartão de crédito “clonado”. Na
aquisição, a quadrilha transferia a propriedade do veículo para
outro integrante da organização, com mudança do município de
emplacamento para dificultar a origem ilícita. A partir daí era
contratado um seguro e pouco depois era confeccionado um registro
de ocorrência em delegacia relatando a prática de roubo.
Com o documento, a seguradora era comunicada e a indenização
paga, em benefício do grupo criminoso. O carro era escondido e
desmanchado para a comercialização das peças. Outra fraude
consistia na locação de veículos com documentação falsa e posterior
desmanche ou transferência dos carros de forma indevida junto ao
Detran. Como consequência, as empresas lesadas registravam
ocorrência contra pessoas inocentes que tiveram seus documentos
falsificados pela quadrilha. O policial civil denunciado seria
responsável por produzir os falsos registros de ocorrência para
obtenção das indenizações junto às seguradoras. A 71ªDP (Itaboraí),
72ªDP (São Gonçalo), 73ªDP (Neves) e 74ªDP (Alcântara) foram as
delegacias onde foram verificadas fraudes, nas quais Fábio prestou
serviços de plantão. “Sabemos que a participação dele foi muito
importante para que as fraudes acontecessem. Ele sabia o que estava
fazendo e chegou a receber pelos serviços. Em uma das transações
verificamos que ele recebeu R$ 400 pelo registro de ocorrência”,
explicou o promotor Walter de Oliveira, que atua no caso.