Nesta segunda-feira, 17 de abril, os
associados do Clube dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro
(CCS-RJ)
receberam o presidente do Sindseg-RJ/ES,
Roberto Santos, para uma conversa sobre a atual conjuntura da
segurança pública no estado e seus impactos no Seguro de Automóvel.
“Os índices de roubo estão em torno de 8% ao ano, ou seja, a cada
100 carros segurados, 8 são roubados. Isso aumenta a sinistralidade
e, por consequência, o preço do seguro”, disse o executivo. O
encontro aconteceu no Centro do Rio, no restaurante Aspargus.
Santos alertou os corretores sobre a
dificuldade enfrentada no diálogo com órgãos como a Secretaria de
Segurança, a Polícia Civil e a Delegacia de Roubos e Furtos de
Automóveis, com os quais trabalha em parceria. O motivo é a crise
econômica e a redução no número de servidores. “A Delegacia de
Roubos e Furtos, por exemplo, corresponde hoje a 30% do contingente
de profissionais que tinha há dois anos”, informou.
Uma das frentes na qual a entidade
trabalha, e que vem sendo prejudicada pela falta de mão de obra, é
a contenção de desmanches ilegais. “Em geral, chegavam a ser
realizadas quatro a seis incursões por mês, mas, nos últimos 15
meses, só realizamos seis, apesar de termos aprovado a liberação da
verba para essas operações”, contou o presidente.
O sucateamento dos sistemas
inaugurados em 2006, no projeto Delegacia Legal, que interligaram
os registros de roubos e furtos de todas as delegacias do estado a
órgãos como o Detran e o Denatran, também é motivo de preocupação.
“Com a falta de manutenção, há diversas falhas no registro e
transmissão dessas informações, e o sistema chegou a ficar quatro
dias fora do ar pouco tempo atrás. Isso resulta em casos como o do
proprietário que recuperou seu veículo, mas foi parado em uma blitz
dois dias depois e detido pela polícia, pois o carro ainda constava
como roubado”, relatou Santos.
Ele contou que o Sindseg-RJ/ES
resolveu, então, investir em um plano de comunicação para
conscientizar a sociedade sobre os efeitos da crise no seguro de
automóveis. Hoje, o Rio de Janeiro tem o seguro mais caro do país.
“As seguradoras não gostam de aumentar preços, pois a consequência
é a diminuição do número de segurados. Acreditamos que, dando
visibilidade para a real situação, podemos incentivar as
autoridades a buscar soluções. Também haverá conscientização sobre
os seguros piratas, deixando clara sua diferença em relação à
atividade seguradora, que tem reservas técnicas e é fiscalizada
pela Susep”, disse o executivo.
A ação é uma tentativa de melhorar o
diálogo com os órgãos de segurança e recuperar a qualidade dos
serviços prestados à sociedade. O Pátio Legal, por exemplo, fruto
de mais uma parceria do sindicato com a Secretaria de Segurança e o
Detran, chega ao seu 11º ano de operação com aumento de 25% na
quantidade de carros recuperados, contingente pessoal reduzido e as
falhas decorrentes de um cenário como esse.
“Os pátios que já operam não têm
capacidade para abrigar a quantidade crescente de veículos, e há
uma parte deles sem registro de recuperação no sistema da polícia,
o que impossibilita o contato com o proprietário”, afirmou Santos.
De acordo com ele, o projeto de abertura de um pátio em São Gonçalo
ficou parado por mais de um ano, e só vai virar realidade agora por
conta de um rodízio entre os funcionários de várias delegacias, que
já estão em treinamento. “A nova unidade vai desafogar o pátio de
Deodoro”, prevê, e conta que, em 6 de abril, foi enviada carta ao
chefe de polícia e ao secretário de segurança para manifestar a
preocupação a respeito da operação desses pátios.
Após a exposição do líder das
seguradoras, o presidente do CCS-RJ, Jayme Torres, frisou a
importância das ações lideradas pelo sindicato, informou que o
Sindseg-RJ/ES irá ajudar o CCS-RJ a desenvolver um Fórum de
Mediação entre corretores e seguradores e agradeceu a presença do
executivo, bem como a de Ronaldo Villela, diretor executivo do
sindicato. Ele também deu as boas vindas a dois novos associados do
Clube: os corretores José Eduardo Canelas e Valmir Mesquita. “A
diretoria do Clube dos Corretores do Rio de Janeiro se sente muito
honrada com o aumento de associados. É sinal que as metas traçadas
estão em consonância com as necessidades da categoria e que estamos
contribuindo para o conhecimento, atualização e valorização destes
profissionais”, concluiu. Sobre o CCS-RJ |
Fundado em 1980, o Clube dos
Corretores de Seguros do Rio de Janeiro tem como objetivo estimular
encontros e debates que contribuam para o desenvolvimento do setor
e da categoria. A entidade promove também a articulação estratégica
e contínua com os demais participantes do sistema nacional de
seguros privados. [http://ccsrj.com.br/]