Nova regulamentação de seguro viagem
completa um ano – crédito shutterstock
Neste último dia 26 de março a nova
regulamentação para o seguro viagem completou um ano. A principal
alteração foi que a medida proposta pelo Conselho Nacional de
Seguros Privados (CNPS) tornou obrigatória a cobertura de
tratamentos médicos, odontológicos e hospitalares aos turistas em
viagem ao exterior. Assim como o tratamento de doenças
preexistentes e crônicas, que agora também têm direito a cobertura;
além do transporte de corpo em caso de morte – chamado regresso
sanitário.
O objetivo foi oferecer mais
benefícios e segurança aos usuários. Antes, esses serviços eram
parte da assistência viagem e não do seguro. Lembrando que para
viagens nacionais esse serviço é opcional. Porém, ao exterior, além
da maior segurança, em alguns destinos a contratação do seguro é
obrigatória, podendo a ausência deste produto impedir a entrada do
turista no país.
Nova regra torna obrigatória a
cobertura de tratamentos médicos, odontológicos e hospitalares aos
turistas em viagem ao exterior As seguradoras de todo país
acreditam que a mudança foi positiva. No caso dos viajantes, as
novas regras são detalhes em relação aos seus direitos, já que a
maioria das empresas decidiu não aumentar significativamente os
preços praticados. Entre os benefícios está o uso de qualquer
médico ou hospital que o turista desejar utilizar (não precisa ser
o da rede credenciada obrigatoriamente) e ter a garantia do
reembolso, conforme plano contratado. Assim, o termo assistência de
viagem caiu em desuso, já que agora ele passou a ser um seguro de
verdade, fiscalizado pela Superintendência de Seguros Privados
(Susep).
Para Agnaldo Abrahão, diretor
Comercial da April, a regulamentação foi de grande importância para
o mercado, que se mostra amadurecido a cada dia. “Nosso princípio
básico é garantir a tranquilidade do passageiro em sua viagem. Com
a nova regra podemos oferecer uma cobertura adequada por um
custo/benefício excelente para o cliente”, disse.
“As empresas passaram a oferecer um
leque mais abrangente de coberturas obrigatórias” Além dos
benefícios dos planos de serviço, Roberto Roman, vice-presidente da
Travel Ace Assistance, lembrou que os viajantes também passaram a
ter a segurança de estarem amparados em diferentes situações. Entre
elas, cabe destacar o cancelamento de viagem, extravio de bagagem,
serviços de despachante, assistência jurídica, entre outras que se
somam ao atendimento em situações de emergências médicas e
odontológicas.
Segundo Agnaldo Abrahão, os turistas
estão mais conscientes da importância do seguro viagem e estão cada
vez se utilizando mais desse serviço. “Hoje, o seguro já faz parte
da viagem, assim como o hotel e a passagem aérea. Ter um seguro é
essencial, principalmente pelos altos custos que um atendimento
médico/hospitalar por ter nos destinos internacionais visitados,
como por exemplo, nos Estados Unidos”, comentou.
55% foi o crescimento que a Assist
Card teve nas vendas de seguro em janeiro de 2017
Para a Assist Card, a nova resolução
não afetou os produtos da empresa. Segundo Alexandre Camargo,
Country Manager no Brasil, a empresa já estava preparada para a
regulamentação e apenas algumas adaptações foram feitas em
determinadas coberturas, de acordo com as novas regras.
Somente em janeiro deste ano, a
empresa teve um crescimento de 55% nas vendas de seguros, comparado
ao mesmo período do ano anterior. Porém, este crescimento não se
explica apenas pela mudança da regulamentação, mas principalmente
pelo investimento em tecnologia. A April também registrou
crescimento nas vendas do ultimo ano, que só não foi mais positivo
pela recessão da economia, diminuição das viagens internacionais e
pela opção por destinos nacionais.
Para o presidente da Associação
Brasileira de Cartões de Assistência (ABCA) e presidente da GTA –
Global Travel Assistance, Celso Guelfi, o crescimento das vendas
não se deve as mudanças na regra, e sim a maior conscientização dos
agentes e passageiros da importância do serviço. “Cada vez mais se
fala do produto, os agentes estão se capacitando e o interesse tem
surgido nas pessoas”, observou.
CONSUMIDOR Para o Alexandre Camargo,
da Assist Card, a principal mudança para o turista foi a garantia
de ter a apólice de uma seguradora. “Pela nova regulamentação, para
que um produto seja considerado seguro viagem, ele deve ter algumas
coberturas obrigatórias. Além disso, o produto de seguro viagem
passa a ser garantido por uma apólice, o que permite ainda mais
segurança para o viajante”, lembrou. Para Roberto Roman, da Travel
Ace, as vantagens incluem mais serviços aos consumidores. “As
empresas passaram a oferecer um leque mais abrangente de coberturas
obrigatórias. Além dos benefícios para as empresas, com processos
mais claros e eficientes”, explicou.
PRODUTOS Dentre os produtos oferecidos
pela April, Agnaldo Abrahão destacou o seguro para Europa. Segundo
o diretor, ele é o carro chefe da empresa e registra o maior
crescimento nas vendas, muito porque os destinos europeus são os
principais mercados procurados pelos turistas brasileiros. São três
diferentes tipos de cobertura, criadas a partir das preferências e
necessidades dos clientes que buscam coberturas mais completas e
relevantes.
No último ano, as vendas na Travel Ace
melhoraram. Segundo Roberto Roman, isso se deve aos novos produtos
customizados e alinhados com as necessidades dos clientes, com a
oferta de condições especiais, como por exemplo, a rede de
atendimento própria. “Outro diferencial é o auxílio personalizado e
sem terceiros que permitiu agilizar e melhorar o tempo de resposta
dos serviços prestados aos nossos parceiros e clientes”, disse. 40%
é a comissão que o agente pode ter vendendo seguro viagem
VANTAGENS PARA OS AGENTES
De acordo com Alexandre Camargo, da
Assist Card, a maior rentabilidade entre todos os produtos do
segmento de turismo é, sem dúvida, o seguro viagem. Para garantir o
crescimento das vendas a empresa investiu de forma considerável na
realização de diversos treinamentos para agentes de viagens e
operadores de turismo, visando capacitá-los para a comercialização
e divulgação dos produtos.
Para Roberto Roman, da Travel Ace, é o
agente de viagens quem pode melhor orientar o turista, esclarecer
que o seguro é a melhor forma dele proteger e zelar por sua
segurança e orientar os viajantes para que estejam preparados para
agir diante de imprevistos. Por isso, ele citou a parceria com a
Abav-SP para promover curso de ensino a distância ‘Como Vender
Seguro Viagem’.
Quem também promove diversos cursos
sobre o tema e trabalha para a conscientização da importância do
serviço é a ABCA, que em 2016 capacitou mais de 8 mil agentes e
neste ano tem a meta de treinar mais 9 mil. “As vantagens para o
agente estão além do ganho financeiro, além da comissão de até 40%.
Esta na garantia que ele tem no respaldo da seguradora, seja no
cancelamento da viagem, como no atendimento do passageiro, ou mesmo
juridicamente”, explicou o presidente Celso Guelfi.
PRINCIPAIS MUDANÇAS
– Translado especial: como regra
obrigatória, entram o translado de corpo, regresso sanitário para
condições especiais, transferência e remoção médica; – Coberturas
mais abrangentes: os turistas terão direito a cobertura para
despesas médicas, odontológicas e hospitalares como sendo seguro e
não assistência médica; – Doenças preexistentes: agora o viajante
tem cobertura para o caso de doenças preexistentes ou para crises
que são provocadas por doenças crônicas; – Maior tempo de
cobertura: não importa o tempo de seguro contratado, o viajante tem
direito a cobertura até seu retorno para a casa.