Esgotada, pois tem dormido apenas
“duas ou três horas por dia”, mas ciente do dever cumprido, a
profissional responsável pelo seguro da Chapecoense, Liciane da
Luz, da Rating Corretora de Seguros, destacou, em nova entrevista
exclusiva ao CQCS, a importância de o corretor trabalhar em sua
“inteligência emocional” para lidar com situações extremas em sua
atividade profissional. “Quando terminei de acompanhar o
rastreamento das urnas até às famílias, estava muito esgotada. Mas,
conseguimos. Somos apenas corretores que agimos em uma situação
crítica de tragédia. Não estamos preparados, nem em treinamento,
nem psicologicamente para passar por isso. Porém, fizemos o nosso
melhor, nos doamos ao máximo. Criamos assistências para amparar a
todos de todas as formas”, acentua.
Para Liciane da Luz, na prática, esse
é um tipo de trabalho ao mesmo tempo “profissional e humanitário”,
o que a levou a se cobrar constantemente para ter inteligência
emocional e saber tratar isso.
Ela revela ainda que, da corretora
onde trabalha, também participou desse processo o diretor
Comercial, Adeildo Oliveira. Houve ainda a participação de mais
três pessoas da prestadora de serviço de assistência funeral. Os
demais envolvidos eram funcionários do clube, autoridades, outros
prestadores de serviço e voluntários.
Sobre o início do pagamento das
indenizações, ela diz que tudo depende, agora, de medidas que o
clube adotar. “Negociamos a liberação de alguns documentos e
faremos com cuidado a identificação dos herdeiros, amanhã iremos
definir com o clube e seguradoras”, observa.
Por fim, Liciane frisa que as famílias
não tinham conhecimento do seguro. Até por tratar-se de uma apólice
de vida em grupo, na qual a inclusão e exclusão é controlada pelo
estipulante mensalmente.