Na edição do programa “Pare e Pense” desta semana, o âncora
Gustavo Doria Filho, diretor Executivo do CQCS, fez comentários
sobre a Youse Seguros. “O que há de errado com a Youse?”,
questionou Doria, que se disse “impressionado” com os rumos que
esse projeto tomou, após ser visto inicialmente como uma possível
“grande sacada na distribuição do seguro”.
Segundo ele, o que ocorre, agora, é que a Youse se vê as voltas
com uma “agenda negativa”, sendo difícil compreender o que, de
fato, aconteceu para esse desvio no trajeto. “Tento entender como
um projeto que recebeu centenas de milhões de reais primeiro se
lança como seguradora e, depois, vira plataforma. Com tanto
dinheiro para que tanta pressa? Por que se lançou com autorização
provisória e não esperou a definitiva?, observou Gustavo Doria.
Ele frisou ainda que o pior momento foi a forma escolhida para a
comunicação com a sociedade, especialmente na opção por tentar
“diminuir o corretor”. Doria criticou o discurso incoerente, uma
vez que recebeu um email de diretor da Youse confirmando que a
empresa trabalha com uma corretora. “Depois, passaram a afirmar que
são uma plataforma, o que significa mais um intermediário no
processo e, portanto, mais custos”, afirmou.
Na avaliação dele, também soa “estranha” a tentativa de atrair o
consumidor afirmando que a Youse oferece seguro mais barato e
acessível, até porque a empresa somente cobre perda total. Doria
disse ainda que, embora a geração “Y” ou “millenium se preocupe
basicamente com a possibilidade de perder o carro, alguém precisa
explicar a esses consumidores mais jovens que, se bater e destruir
o carro de terceiros, também ficará sem o seu veículo, pois terá
que vendê-lo para cobrir a dívida. “Por isso, há a importante
cobertura de RCF”, completou, criticando ainda o fato de a Youse
comercializar um seguro de vida no qual a cobertura por morte
natural somente vigora se o segurado morrer 18 meses após contratar
o produto.
Nesse contexto, ele acredita que foi “jogada no lixo” uma ideia
brilhante, que poderá ser aproveitada por outros grupos, que
estejam dispostos a bancar uma experiência nova para atingir novos
mercados com uma nova maneira de vender seguro, sem “desmerecer
profissionais que inventaram a distribuição de seguro”.
Doria lamentou ainda que a Youse tenha utilizado uma entrevista
feita pelo CQCS com o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, em
release distribuído para a imprensa, no qual as palavras do
entrevistada foram distorcidas. “Esse release foi tão mal feito que
acabou sendo retirado do mercado”, lembrou Doria, para quem os
responsáveis pela Youse deveriam seguir o conselho do Chacrinha,
segundo o qual “quem não se comunica, se trumbica”.
Por fim, Gustavo Doria convidou a todos para participaram do
debate sobre o assunto “Youse” nesta sexta-feira (18/11), às 11
horas (de Brasília) no Facebook do CQCS.