Gastos com dengue disparam em planos de saúde no primeiro trimestre
Os gastos com internações por dengue em planos de saúde subiram 72,6% nos três primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo trimestre de 2015, segundo a Abramge (associação do setor de assistência à saúde).
As despesas chegam a R$ 35 milhões, o valor mais alto já registrado, afirma o diretor da entidade Pedro Ramos.
“A epidemia atinge em cheio as operadoras que trabalham com os públicos C e D, que estão mais expostos.”
No SUS, o aumento também foi expressivo, uma alta de 60% no período -o que representa um total de R$ 8,7 milhões despendidos com aproximadamente 26 mil internações na rede pública.
Caso a alta se mantenha ao longo do ano, haverá um impacto nos reajustes dos planos de saúde coletivos, diz Ramos. No entanto, para ele, os custos com a dengue ainda são um “arranhão” para as operadoras.
No primeiro trimestre, as despesas com as internações pela doença representaram cerca de 0,1% dos gastos assistenciais totais do setor, segundo a entidade.
A obrigatoriedade de cobrir testes diagnósticos para dengue e chikungunya, determinada pela ANS desde o começo deste ano, também não representa um impacto “dramático” no orçamento das empresas, segundo Ramos.
Um fator que preocupa o setor é o aumento de incidência de doenças causadas pelo vírus zika e chikungunya. “Com três epidemias, o cenário começa a ficar mais alarmante aos custos”, diz.
Esses gastos ainda não foram computados pela associação por serem recentes.
No primeiro trimestre, foram registrados 39 mil casos prováveis de chikungunya no país, e 91 mil de zika, segundo o Ministério da Saúde.