Nos últimos 12 anos, a América
Latina passou a se apresentar como uma região promissora para o
mercado securitário. O primeiro motivo que levou a mudança de
patamar, de acordo com o presidente da MetLife na América
Latina, Oscar Schimidt, foi que o local passou por uma etapa
do que se chama de “vento em popa”, resultado dos aumento do
volume dos preços das commodities, que beneficiaram países
como o Chile, o México e o Brasil. No mesmo
período muitas pessoas, antes pertencentes às classes baixas,
passaram para a classe média e começaram a consumir produtos
voltados aos seguros.
“Como na América Latina o produto
está crescendo a taxas muito altas por este efeito de ‘vento
em popa’, as empresas de seguros também cresceram mais rápido.
Há mais pessoas consumindo nossos produtos pela primeira
vez e este fator acabou nos ajudando”, disse Schimidt em entrevista
exclusiva para a Revista Apólice.
Entretanto, é necessário atenção.
Segundo o executivo, por registrar crescimento maior do que em
países mais maduros, a América Latina consequentemente passa a
contar com riscos mais elevados, como a moeda, a taxa de câmbio, a
regulamentação imposta pelos governos, além da volatilidade na
economia e na política. Por isso, a decisão de se investir no local
também implica em aceitar e conviver com os riscos e
administrá-los.
“Não podemos investir em uma região
emergente e achar que não há esses riscos. É importante estarmos
preparados para conviver com a atividade do ciclo econômico e do
ciclo político quando acontece esse tipo de coisa”, explicou.
Investimentos no
Brasil
No dia 24 de fevereiro, a agência
de classificação de risco Moody’s, assim como a Standard & Poor’s e
a Fitch, rebaixou o grau de investimento do Brasil. Em meio a este
cenário, é comum que surjam dúvidas quanto aos investimentos
futuros por aqui.
Sobre o cenário econômico
brasileiro, Schimidt destacou que a companhia enxerga o quadro como
“um ciclo que nem sempre bem vindo, mas que é esperado” e
acredita que o País retomará seu caminho estratégico.
O presidente da MeLife no Brasil,
Raphael de Carvalho, não só compartilhou da opinião de Schimidt
como também afirmou que os negócios da empresa são mais longos do
que os ciclos voláteis.
“Estamos olhando para depois do
ciclo, assim como já passamos por outros”, declarou. “Há um óbvio
estresse em um pedaço de investimento das nossas reservas, mas não
enxergamos nenhum risco maior do que já está ocorrendo. O
rebaixamento de agência de risco é um reflexo do que já estava na
expectativa e de, alguma maneira, retroalimenta a expectativa de
curto, médio e longo prazo”, finalizou.