Os custos das operadoras de planos
de saúde com consultas, exames, terapias e internações, apurado
pelo Índice de Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH) do
Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), cresceram 15,4%
nos 12 meses encerrados em março de 2015. Um crescimento bastante
superior à variação da inflação geral no País, medida pelo IPCA,
que registrou alta de 8,1% no mesmo período. Apesar da taxa
elevada, o VCMH de março deste ano ficou abaixo do registrado no
mesmo mês em 2014, quando apresentou o maior valor da série
histórica: 18,2%.
“Apesar da desaceleração em relação
ao registrado no mesmo período do ano anterior, o aumento do VCMH
continua em um ritmo quase duas vezes superior ao da inflação
medida pelo IPCA”, adverte Luiz Augusto Carneiro,
superintendente-executivo do IESS. “O ritmo de elevação do
indicador VCMH deve ser um fator de preocupação e reforça a
necessidade de debater os fatores que potencializam a alta de
custos da saúde suplementar no Brasil. É preciso pensar em
melhorias nesse setor, priorizando eficiência e o combate ao
desperdício”, complementa o executivo.
O VCMH/IESS é o principal indicador
utilizado pelo mercado de saúde suplementar como referência sobre o
comportamento dos custos. O cálculo utiliza os dados de um conjunto
de planos individuais de operadoras, e considera a frequência de
utilização pelos beneficiários e o preço dos procedimentos. Dessa
forma, se em um determinado período o beneficiário usou mais os
serviços e os preços médios aumentam, o custo apresenta uma
variação maior do que isoladamente com cada um desses fatores.
Carneiro destaca que o principal
fator para a desaceleração no avanço do VCMH foi a retração de três
pontos porcentuais na VCMH de internações, que respondem por
aproximadamente 58% da composição do índice. O que significa que os
custos com internações subiram 13,8% nos 12 meses encerrados em
março de 2015 ante 16,8% no período anterior.
O gasto com consultas, que
corresponde a 11% da composição do índice, subiu 10,5%. Nos 12
meses encerrados em março de 2014, esse crescimento havia sido de
12,1%. Os custos de Exames e Terapias avançaram 14,6% e 20,6%,
respectivamente, no período.
O superintendente-executivo aponta
ainda que a faixa etária dos beneficiários de planos de saúde é um
fator crucial na VCMH. “É natural que seja mais caro tratar pessoas
acima de 59 anos, dado o surgimento ou agravamento, por exemplo, de
doenças crônicas e outros problemas relacionados ao avanço da
idade. O fato de os beneficiários de planos de saúde serem mais
idosos do que a população em geral impacta diretamente nos valores
dos planos e o envelhecimento populacional incide diretamente no
aumento dos custos médico-hospitalares”, ressalta. A base de
cálculo do VCMH/IESS registra 22,5% dos beneficiários com mais de
59 anos. Na população brasileira como um todo, essa proporção é de
11,8% de acordo com o IBGE.