A Caixa
Seguridade chegou a um consenso com a sócia
francesa CNP Assurances para a renovação
antecipada do contrato de exclusividade para a venda de seguros,
pelo qual deve desembolsar em torno de R$ 10 bilhões. A parceria,
que antes venceria em 2021, será estendida por outros 20 anos além
do prazo ainda vigente, conforme as mesmas fontes, e é tida como
passo fundamental para a abertura de
capital da seguradora ainda neste ano.
A negociação agora tem como
objetivo definir a forma de pagamento da oferta feita pela
companhia francesa, além de detalhes comerciais e operacionais do
contrato, como os atuais canais de
venda da seguradora, por exemplo. Cerca de 50% dos R$
10 bilhões devem ser pagos de imediato, segundo fonte, e o restante
ao longo da parceria.
A renovação dará continuidade à
abertura de capital da Caixa Seguridade,
prevista para outubro. Seuvaluation ainda não
teria sido definido, mas fontes citam algo em torno de R$ 40
bilhões. Com isso, a oferta inicial pública de ações (IPO, na sigla
em inglês) seria de cerca de R$ 10 bilhões, correspondentes à fatia
de 25% dos papéis que a companhia almeja vender no mercado.
Além de ser preponderante na
abertura de capital, a extensão da parceria com os franceses por
mais duas décadas além do prazo ainda vigente joga um balde de água
fria no desejo de outros concorrentes de abocanhar o canal em seu
lugar. Um deles era o BTG Pactual. A Par
Seguros chegou a preocupar a CNP, conforme fontes. Os franceses,
porém, aceitaram pagar mais pela renovação do contrato, mantendo-se
únicos e exclusivos sócios da Caixa Seguridade.
Os R$ 10 bilhões ofertados pela sócia francesa teriam ficado,
segundo fontes, em linha com o que a Caixa considerava justo pelo
canal. A principal razão para as negociações para a renovação
antecipada do contrato ter se alongado teria sido justamente o fato
de a primeira oferta da CNP ter ficado bem próxima da feita em
2001, no fechamento da parceria, ajustando somente a inflação no
período. Na época, a francesa pagou US$ 538 milhões por 51% das
ações da Caixa Seguros. Com a venda do controle, a CaixaPar, braço
de investimentos da Caixa, ficou em torno de 48%.
A abertura de capital
da Caixa Seguridade é um movimento
importante na esteira do ajuste fiscal do governo, cuja meta está
em 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Portanto, a
oferta tem de sair. Em maio último, a Caixa selecionou o sindicato
que cuidará do IPO do seu braço de seguros. Formado por nove
bancos, é liderado pelo Banco do Brasil ao lado de Bradesco BBI,
Itaú BBA, Goldman Sachs e UBS, que serão coordenadores globais.
Também vão participar da operação, segundo fontes, o Citibank, BTG
Pactual, Brasil Plural e Bank Of America Merril Lynch.