929 veículos foram roubados no
quatro primeiros meses
Um veículo é roubado a cada três
horas em Teresina. A média tem como base os dados da Polícia
Militar do Piauí nos primeiros quatro meses do ano, período em que
929 pessoas tiveram seus carros ou motos tomados por assaltantes na
Capital.
Os criminosos agem principalmente
na zona urbana de Teresina, obrigando a população a buscar meios de
evitar ou amenizar os prejuízos causados pelos assaltantes de
veículos. Nesse contexto, as seguradoras surgem como alternativas e
oferecem uma tabela extensa de valores e produtos que se adequam ao
perfil de cada um.
Ao contatar um corretor para
investir em um seguro de veículos, é preciso ter em mente que o
preço cobrado sofrerá variações conforme os critérios analisados
pela seguradora. Além do porte do veículo, é levado em conta o
local onde o veículo ficará guardado, a segurança da área onde o
proprietário reside, a condição financeira do proprietário, a idade
(quanto mais jovem, mais alto o seguro) e o sexo.
Mulheres pagam até R$ 250,00 menos
que os homens pelos seguros automotivos. Em Teresina, por exemplo,
enquanto eles precisam desembolsar uma quanta em torno dos R$
2.000,00, elas desembolsam cerca de R$ 1.300,00 a R$ 1.500,00. O
motivo, segundo os corretores de veículos, é o fato de a mulher ser
considerada mais tranquila e atenta na direção e mais zelosa com o
veículo. “O homem é mais ousado, geralmente impaciente ao volante e
expõe o veículo a manobras e, consequentemente a danos maiores”,
explica a corretora de seguros Patrícia Rocha.
De acordo com ela, um dos fatores
que mais influenciam na definição do valor do seguro é o risco de
danos físicos ao qual aquele veículo encontra-se exposto. Quanto
maior ele for, mais alto o valor a ser cobrado. Em Teresina, o
menor valor pago pela contratação de um seguro automotor é R$
1.800,00. Este valor pode sofrer alterações conforme os índices da
tabela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que serve
de referência para os preços médios dos veículos no mercado
nacional. Embora R$ 1.800,00 seja considerado um valor alto para
alguns, ele corresponde a até três vezes menos o que se gastaria em
um acidente com colisão frontal, por exemplo.
Patrícia Rocha explica a vantagem
do seguro: “Em uma batida simples comprometendo a parte frontal do
veículo, a pessoa que possui a garantia de um seguro vai ter que
pagar apenas a franquia com a seguradora, um valor que pode cair
até para R$ 1.500,00. Na falta desse seguro, esse valor sobe pra
até R$ 4.000,00 chegando, às vezes, à casa dos R$ 6.000,00”, afirma
a corretora.
O seguro no roubo de
carro
Em caso de roubo ou conserto, há
seguradoras que oferecem um carro reserva a seus clientes por um
período de tempo determinado. Foi o que aconteceu com a empresária
Selma Oliveira, que teve o carro roubado no feriado do dia 21 de
abril, uma semana e cinco dias após tê-lo comprado. Em conversa com
o PortalODia, ela conta que recebeu um carro reserva da seguradora
por um período de 15 dias contados a partir do momento em que
informou o roubo.
Selma chegava em casa com o esposo
Josué Soares, por volta das 21h, quando foram abordados pelos
assaltantes. “Eles nos surpreenderam com uma arma quando abríamos o
portão. Fizeram meu marido deitar no chão e mandram que passássemos
tudo que tínhamos. Nisso foram nossos relógios, as alianças e o
carro. Não tinha nem placa ainda, porque eu só ia receber no dia
seguinte. Era uma Saveiro cabine dupla”, relata a empresária.
Após o roubo, Selma conta que
procurou a delegacia para fazer o boletim de ocorrência e contatou
imediatamente a seguradora para informar o acontecido, já que o
carro ainda não tinha nenhum tipo rastreador.
Ela recebeu outro veículo para usar
durante duas semanas, mas diz que já teve que devolvê-lo. A
seguradora pediu um prazo de mais 15 dias para reembolsar o valor
do veículo. “Eu estou pagando R$ 3.612,00 pelo seguro e dividi este
valor em quatro parcelas de R$ 903,00. Enquanto eu não terminar de
pagar, o seguro disse que não vai poder me reembolsar, até porque
esse roubo aconteceu no pior momento. Quando eu tinha acabado de
fechar a compra e o seguro. Foi tudo muito em cima”, conta
Selma.
Sobre o reembolso, a corretora de
seguros Patrícia Rocha explica que ele é feito conforme a variação
da tabela FIPE. Se o carro tiver sido comprado à vista, a
seguradora reembolsa o segurado integralmente. Caso o carro tiver
sido adquirido através de financiamento, a seguradora quita este
financiamento e se sobrar algum valor, o segurado deve recebê-lo
imediatamente. Caso falte algum valor, o segurado deve completá-lo
junto à seguradora.
A indenização do seguro do
automóvel varia mensalmente conforme a tabela FIPE, e o segurado
deve ficar atento porque ela é paga com referência no valor médio
da tabela daquele mês e não do mês em que o seguro foi contratado.
Por conta disso, o valor da indenização está sujeito a alterações
de acordo com a valorização ou desvalorização do veículo no
mercado.
Apesar da burocracia, Selma garante
que valeu a pena ter feito o seguro de seu carro. Ao contrário
dela, o dentista Antônio Mourão, que possui três carros em casa,
prefere não investir e diz que aposta na sorte ao sair de casa e no
cuidado que tem ao dirigir. “Eu me considero um bom motorista e
nunca tive grandes problemas com isso. Só uma vez que bateram no
carro da minha filha e eu tive um prejuízo de uns R$ 5 mil, mas
fora isso, eu acho que não vale a dor de cabeça de lidar com uma
seguradora”, afirma o dentista.
Comandante da PM fala sobre
perfil dos assaltantes
Para o coronel Carlos Augusto de
Sousa, comandante geral da Polícia Militar do Piauí, as pessoas
agem corretamente ao investir em um seguro automotor,
principalmente por conta das inovações tecnológicas que as empresas
oferecem para a segurança do veículo e de seu condutor.
O coronel cita o rastreador de
veículos como uma ferramenta fundamental para ajudar a polícia no
trabalho de investigação, porque ele permite que se encontre a
localização exata do criminoso e os rumos que ele tomou na fuga. “O
que nós temos percebido é que, neste tipo de crime, os suspeitos
fogem quase sempre em direção às zonas rurais aqui da Capital e do
interior, porque são locais mais abertos, com estradas de difícil
acesso e com mais possibilidade deles se esconderem”, explica o
coronel Carlos Augusto.
O coronel pontua ainda que as
caminhonetes são os veículos mais utilizados por quadrilhas
especializadas em roubos a bancos e que os horários de maior
incidência de roubos de carros é entre as 18 horas e as 22 horas.
“As vítimas são qualquer pessoa que eles avistem saindo ou entrando
em casa com o carro, deixando estabelecimentos comerciais como
farmácias, lojas, em que o estacionamento não tem segurança. O
centro da cidade é um local de grande incidência de roubos também,
ainda mais a noite”, finaliza o comandante geral da PM.
Somente este ano, a Polícia Militar
do Piauí já conseguiu recuperar 627 veículos roubados. Um aumento
de 75% em relação ao mesmo período do ano passado.