O primeiro boletim Focus do ano
mostra que a expectativa do mercado financeiro em relação ao
crescimento da economia em 2015 diminuiu e a previsão para o avanço
dos preços aumentou. A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (5),
foi conduzida pelo Banco Central na semana passada com mais de 100
instituições financeiras.
Segundo a estimativa dos analistas,
o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2015 deverá ficar
em 6,56%. No boletim Focus anterior, a expectativa era de que a
infllação atingiria 6,53%. O número continua acima do teto do
sistema brasileiro de metas de inflação.
Para 2014, a expectativa dos
economistas para a inflação aumentou também, de 6,38% para 6,39%. O
número fechado será apresentado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) nesta semana.
Para o Produto Interno Bruto (PIB),
os economistas reduziram a estimativa de uma alta deste ano de
0,55% para 0,5%. Se confirmada, será a menor expansão desde 2009,
quando o PIB teve retração de 0,33%. Para 2014, a estimativa
aumentou de 0,14% para 0,15%.
O PIB é a soma de todos os bens e
serviços feitos em território brasileiro, independentemente da
nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento
da economia.
No fim de outubro, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a
economia brasileira saiu por pouco da recessão técnica no terceiro
trimestre de 2014 – quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu
0,1% na comparação com o trimestre anterior. De janeiro a setembro,
a economia teve expansão de 0,2% frente ao mesmo período do ano
passado. Já no acumulado em quatro trimestres até setembro, a alta
foi de 0,7%.
Taxa de juros
Para a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que
avançou para 11,75% ao ano neste mês, a expectativa do mercado para
o fechamento de 2015 permaneceu estável em 12,50% ao ano. Isso quer
dizer que os analistas dos bancos esperam alta nos juros no próximo
ano.
A taxa básica de juros é o
principal instrumento do BC para tentar conter pressões
inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, o BC
tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.
Em 2014, 2015 e 2016, a meta central é de 4,5% e o teto é de
6,5%.
Dívida líquida, câmbio,
balança comercial e investimentos estrangeiros
Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de
câmbio ficou em R$ 2,75 por dólar.
A projeção para o resultado da
balança comercial (resultado do total de exportações menos as
importações) em 2014 se manteve em um resultado negativo de US$ 2
bilhões. Para 2015, a previsão de superávit comercial também
permaneceu em US$ 5 bilhões.
Para este ano, a projeção de
entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu
em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o
aporte ficou estável também em US$ 60 bilhões.
A previsão para a dívida líquida do
setor públicou em 2015 subiu: de 37% para 37,3% do PIB; Para 2014,
a estimativa também avançou, de 35,80% para 35,90% do PIB.