Foi ao apagar das luzes de 2014 –
aos 45 minutos do segundo tempo –, mas nesta semana o Congresso
Nacional, em sessão plenária, finalmente aprovou o Projeto de Lei
nº 32/2014, que abre ao Orçamento Fiscal da União, em favor do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), crédito
suplementar no valor de R$ 310 milhões, dos quais R$ 300 milhões
são destinados para reforço no Programa de Subvenção ao Prêmio do
Seguro Rural (PSR) aos produtores rurais de todo o País.
Para a Federação da Agricultura
do Estado do Paraná (Faep), mais do que “um presente de Natal”, a
liberação é um alívio, já que o crédito permitirá o pagamento de
subvenção econômica ao prêmio do seguro rural nas contratações
realizadas pelos agricultores junto às seguradoras, beneficiando
por volta de 30 mil produtores em todo o País. Estima-se que 25%
(R$ 77,5 milhões) do montante total seja alocado aos seguros
agrícolas realizados no Paraná. O valor agora fecha os R$ 700
milhões prometidos pelo governo federal no ano passado, o que deve
cobrir entre 15% e 17% da área agrícola do País. No Paraná,
principal estado contratante de seguros agrícolas de todo o
território nacional, a área de cobertura com seguro está próxima de
30% atualmente.
Desde junho deste ano, a maioria
das seguradoras não trabalhava com a subvenção porque o dinheiro
estava esgotado. Com isso, o valor das apólices deixava o serviço
extremamente inviável de ser contratado. Agora, o Mapa precisa
distribuir tal montante entre as culturas e na sequência as
seguradoras devem trabalhar intensamente até janeiro para o
cadastro dos valores liberados.
De acordo com o economista da
Faep, Pedro Loyola, a crítica pela demora da liberação do montante
é porque o ideal é que a contratação de seguros acompanhe o
calendário agrícola, o que mais uma vez não aconteceu. “Os
produtores estavam angustiados porque queriam fazer o seguro, mas a
falta de planejamento do governo trouxe muita insegurança a eles,
que sem a subvenção pagariam muito caro pelo serviço. Muitos
questionaram se o programa de fato iria continuar e outros deixaram
de contratar o seguro”, salienta ele.
Segundo a Faep, o programa
funcionou muito bem até 2009, mas a partir de 2010 e nos anos
seguintes houve contingenciamento ou falta de recursos. Outra
crítica feita pelo economista da entidade é que o governo federal
não investe no segmento de subvenção de seguro, como nas outras
“pernas da política agrícola”, que são a liberação de crédito e
apoio à comercialização (PGPM). “Hoje, o seguro não representa nada
em comparação ao crédito. Tentamos avançar neste mercado, trabalhar
com os agricultores, mas de 2010 para cá o governo tem falhado
demais nesse assunto. Para as seguradoras, falta confiança para
ampliar o trabalho, entender aonde o governo quer chegar com o
seguro, já que cada ano o assunto é trabalhado de forma
diferente.”
Para 2015, a Faep promete
continuar a defesa da “ampliação dos programas de seguro rural
(federal e estadual), cobrando a liberação oportuna dos recursos
conforme o calendário agrícola, além de trabalhar junto às
companhias seguradoras por melhorias nas coberturas do seguro
rural.”