Projeto demonstra conscientização ligada ao
bem-estar animal
O artigo 'Avaliação dos dados obtidos
em um programa de esterilização cirúrgica de gatos em Araçatuba, SP
no período de 1996 a 2010', de Roberta Picciuto Duarte, Alessandra
Muniz dos Santos e Adelina Maria da Silva, alunas do curso de
Graduação em Medicina Veterinária da Unesp de Araçatuba, foi
publicado na revista Ciência em Extensão da Unesp.
Os gatos estão ocupando espaço cada
vez maior como animais de companhia. Esta preferência decorre da
facilidade de manutenção de felinos no ambiente urbano. Mas os
gatos são muito prolíferos e a esterilização cirúrgica torna-se
necessária.
O objetivo do presente trabalho foi
avaliar os dados obtidos durante 15 anos de atuação de projeto de
extensão universitária que oferece gratuitamente cirurgias de
esterilização de gatos. Foi realizada a análise estatística das
informações contidas nas fichas dos animais atendidos. Foram
esterilizados 647 animais, 409 fêmeas (63%) e 238 machos
(37%).
Nove gatos (3,8%) eram
criptorquídicos unilaterais; 40 gatas (10%) estavam gestantes e o
uso de anticoncepcional foi relatado em 67 gatas (16,4%). Ocorreu
um óbito durante recuperação anestésica e 2 gatas foram
eutanasiadas por infecção da ferida operatória, totalizando 0,5% de
complicações graves. De 1996 a 2004, foram castradas 212 gatas, 122
adultas e 90 impúberes.
Neste período, comparou-se a
ovário-salpingo-histerectomia (OSH) por dois acessos diferentes:
laparotomia pelo flanco e celiotomia mediana ventral. A laparotomia
pelo flanco foi utilizada em apenas 46 gatas (21,7%), pois algumas
desvantagens foram observadas: necessidade de uma incisão em cada
flanco em animais impúberes ou nulíparos e maior dificuldade ou
impossibilidade de retirada completa dos cornos
uterinos.
No mesmo período, 105 machos, 49
adultos e 56 impúberes, foram submetidos à orquiectomia aberta
mediante ligadura do funículo espermático com fio de nylon. De 2005
a 2010, foram castradas 197 gatas, 106 adultas e 91 impúberes.
Neste período, adotou-se a técnica de OSH por mini-laparotomia,
realizada em 139 gatas (70,6%). Neste procedimento, os ovários e
útero são exteriorizados com o uso de um gancho através de uma
pequena incisão mediana ventral.
A técnica clássica de OSH, na qual o
acesso é feito mediante celiotomia mediana ventral de comprimento
suficiente para visualização direta de ovários, tubas uterinas e
útero, teve que ser realizada em 58 gatas (29,4%) devido a:
gestação avançada; vesícula urinária muito cheia no
trans-operatório; ou obesidade. Nos últimos seis anos, foi adotada
a técnica de orquiectomia aberta com nó do funículo espermático
para a castração de 133 machos (48 adultos e 85
impúberes).
A demanda por cirurgias no projeto
demonstrou conscientização das pessoas ligadas ao bem estar animal
e proprietários em relação a importância da esterilização no
enfrentamento do problema de superpopulação e abandono de
gatos.
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http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/article/view/882/949