As
principais demandas do agronegócio estão contempladas nos programas
de governo dos três candidatos mais bem colocados nas pesquisas de
intenção de voto à Presidência da República, garantiram, na
segunda-feira, 29, os representantes dos candidatos Dilma Rousseff
(PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB).
Presentes ao "Fórum Estadão Brasil Competitivo:
Rumo ao Futuro do Campo", realizado em São Paulo, o atual
secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura,
Seneri Paludo, o biólogo João Paulo Capobianco, representante de
Marina, e o engenheiro agrônomo Alexandre Mendonça de Barros, que
falou por Aécio, disseram que questões essenciais para o
desenvolvimento do setor, como investimento em infraestrutura e
logística, garantia de renda e preço, reforma de tributos,
desburocratização de processos de licença e liberação de
agroquímicos, além de acesso a mercados, estarão no foco do futuro
governo. As propostas em 10 áreas para o desenvolvimento do
agronegócio, compiladas pela Federação da Agricultura do Estado de
São Paulo (Faesp), foram reunidas no livro Rumo ao futuro do campo,
lançado ontem.
Seguro agrícola que contemple a renda do produtor
esteve entre os assuntos mais discutidos entre os participantes,
ainda que todos apontem as dificuldades de se tirar do papel um
sistema de proteção ao agricultor tão eficiente quanto o dos
Estados Unidos.
Mendonça de Barros lembrou que os
norte-americanos estão aprimorando seu sistema de seguro ao
produtor há 40 anos. Ele afirmou, porém, que um plano de garantia
de renda é pilar básico do projeto de governo do candidato tucano
para a Agricultura.
O
mesmo é considerado para um eventual governo Marina, segundo
Capobianco, que reforçou a necessidade de um seguro que vá além da
cobertura contra catástrofes climáticas, presente na proposta da
pessebista. Em nome da candidata Dilma, Paludo afirmou que o
ministério trabalha em um projeto para que o produtor possa acessar
o mercado de opções, instrumento que funcionaria como garantia de
renda em um cenário de preços baixos. Pela proposta, que mesmo em
caso de reeleição da presidente não sairia do papel a tempo para a
próxima safra, o governo subsidiaria os custos da operação no
mercado financeiro.
Críticas
A
crise do setor sucroenergético foi a principal fonte de críticas
para o governo. Mendonça de Barros destacou que a política de
controle de preços da gasolina foi responsável por uma destruição
de valor sem precedentes no setor, e afirmou que a continuidade do
controle levará a uma "anidrização" da produção de etanol. O álcool
anidro é utilizado na mistura da gasolina, enquanto o hidratado é
usado em carros flex. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.