Na
pesquisa encomendada ao Datafolha pelo Conselho Federal de
Odontologia CFO), foi montada amostra de 2.085 entrevistados, a
partir dos 16 anos de idade, de todos os níveis econômicos e de
todas as regiões do País, reproduzindo a população brasileira
adulta de 148,9 milhões de pessoas em termos de distribuição
territorial, renda, grau de instrução, sexo e idade. Foram
realizadas entrevistas em 133 municípios de grande, médio e pequeno
portes, em cidades da região metropolitana e do interior. A margem
de erro da pesquisa é de 2,0 pontos percentuais.
Veja
os principais dados:
> Como o público vê o
dentista
Os
brasileiros dão nota 9 para o atendimento recebido do
cirurgião-dentista. Na esfera pública, a nota é 8,5 e, na
particular, sobe para 9,2.
> Estado de saúde
bucal
Para
59% dos brasileiros, o estado de saúde bucal é ótimo ou bom. Este
número é puxado pelos mais jovens, mais escolarizados e das classes
sociais mais altas – 10% dos brasileiros consideram a sua saúde
bucal ruim ou péssima. Dos entrevistados que não estavam em
tratamento, 68% afirmam que vão ao cirurgião-dentista pelo menos
uma vez por ano, 11% declaram que não costumam ir ao
cirurgião-dentista. Nesse segmento, destacam-se os mais velhos, com
ensino fundamental, menor renda, moradores do Nordeste e de cidades
do interior.
> Quem nunca foi ao
CD
Apenas 2% dos entrevistados nunca foram ao
cirurgião-dentista: o número é baixo porque a população
entrevistada é composta por pessoas com idade acima de 16 anos.
*Quanto ao acesso ao serviço odontológico, 81% informam que sua
cidade tem atendimento odontológico público, 95% é privado e 35%
gratuito.
> 66% não conseguem atendimento
público de emergência
No
atendimento público em situações de emergência, a pesquisa mostra
que há muito a evoluir e que existe, sem dúvida, uma necessidade de
ampliar a oferta de serviços odontológicos: 66% declaram não
conseguir atendimento público de urgência.
> 111 milhões foram ao
dentista
Pela
pesquisa, pode-se cogitar que, em 2013 e durante os cinco primeiros
meses de 2014, 111 milhões de pessoas foram ao cirurgião-dentista.
Destes, 70% utilizaram serviço particular e apenas 28%, o
público.
> Extração ainda é o serviço mais
procurados
Os procedimentos mais procurados no
atendimento público: 33% para extração, 30% limpeza, 27% obturação
ou restauração. No privado, foram 40% para limpeza, 25% obturação
ou restauração, 17% extração.
> Dificuldade de
acesso
A
pesquisa mostra, claramente, que a dificuldade de acesso a um
tratamento continuado praticamente dobra o número de extrações no
atendimento público. Tanto que apenas 4% dos entrevistados citam
tratamento de canal, contra 12% no serviço particular.
> Iniciam tratamento mas não
terminam
Praticamente, um a cada quatro brasileiros
iniciam um tratamento, mas não concluem. Aqui surge um dado
relevante: nos serviços públicos, apenas 6% fazem essa alegação e o
maior problema é de agendamento de consultas (23%).
> Falta dinheiro para
continuar
Nos
serviços particulares, agendar consultas não é impedimento, com
apenas 2%, mas 23% não concluem por falta de condições financeiras.
Portanto, no particular, o problema para o tratamento inacabado é o
seu custo. No público, é a falta de profissionais para um
atendimento continuado.
> 31 milhões de pessoas estão em
tratamento
Mesmo
com essas dificuldades, a pesquisa indica que 31 milhões de
brasileiros estão fazendo algum tipo de tratamento
odontológico.
> Metade da população escova os
dentes 3 vezes ao dia
Ao
lado da boa avaliação do profissional da Odontologia, a pesquisa
mostrou que os bons hábitos de saúde bucal estão sendo disseminados
no país. Em média (49%), os brasileiros escovam os dentes três
vezes por dia: 78% ao levantar, antes do café da manhã, 76% após o
almoço e 61% antes de dormir. Quanto ao uso de fio dental, 57%
informam que usam – 30% mais de uma vez por dia e 17% uma vez ao
dia. *Entrevistados com filhos até 18 anos: 72% já foram ao
cirurgião-dentista, sendo que 48% vão uma vez a cada seis meses,
indicando que a prevenção está cada vez mais divulgada.
> Apenas 32% conhecem o Brasil
Sorridente
A
pesquisa também avaliou o Programa Brasil Sorridente, que é
conhecido por apenas 32% dos brasileiros. Isto indica claro
problema de divulgação, já que 55% dos entrevistados não sabem se
existe este serviço na sua cidade e 33% afirmam que não
existe.
> Apenas 15% já utilizaram o
serviço
Apenas 7% dos brasileiros declaram conhecer e
estar bem informados sobre esse programa do governo federal. Assim,
não surpreende que apenas 15% já utilizaram esses
serviços.
> 81% dos que utilizaram acham
bom
Em
termos de qualidade, o programa é avaliado como bom e ótimo por 81%
dos que já o utilizaram.
> 2/3 da população desconhece
direitos
Atualmente, 2/3 dos brasileiros adultos (68%) não
sabem que a legislação brasileira garante o atendimento a urgências
odontológicas, à prevenção, à assistência e à reabilitação da saúde
bucal. Quanto maior é a renda mensal familiar, o grau de instrução
e o porte do município do entrevistado, pior é a percepção da
efetividade dos direitos à saúde bucal.
Para
o CFO, é preciso mudar essa realidade. Muito já foi feito até
agora, mas ainda há brasileiros desprotegidos. A pesquisa do
Datafolha avaliou direito a serviços públicos de qualidade na saúde
bucal; acesso ao cirurgião-dentista; Odontologia de emergência;
conhecimento das políticas públicas; e avaliação do atendimento ao
cidadão.
Para
o CFO, é importante buscar, junto aos CROs, o aprimoramento dos
serviços, além da sua atuação na regulação do ofício
odontológico.