Do universo de domicílios que fazem
reserva, 52% guardam até 10% do orçamento familiar por
mês
Fazer
uma reserva financeira para o futuro ou para eventualidades já
figura como prioridade em 30% dos domicílios brasileiros. Mas a
maioria dos lares do país, 68%, não se preocupam em guardar parte
dos rendimentos. Os dados constam de pesquisa FenaPrevi (Federação
Nacional de Previdência Privada e Vida), entidade que representa 75
seguradoras e entidades abertas de previdência complementar no
país, realizada pelo Instituto Ipsos.
Do
universo de domicílios que fazem reserva, 52% guardam até 10% do
orçamento familiar por mês. A faixa de domicílios que consegue
reservar entre 10% e 20% do orçamento é de 26% entre os lares que
declaram fazer economias. Os lares com maior capacidade de gerar
reservas se reduzem a 7% do universo de poupadores e apenas 2%
conseguem fazer reservas iguais ou superiores a 40% do orçamento.
12% dos lares que fazem economia não sabem a ordem de recursos que
economizam e 1 % desta amostra não respondeu.
O
estudo foi realizado com base em entrevistas domiciliares com 1,5
mil indivíduos (53% do sexo feminino e 47% do masculino),
envolvendo respondentes da população economicamente ativa e não
economicamente ativa das cinco regiões do país, com idade entre 20
e 60 anos ou mais, das classes A/B, C e D/E.
No
levantamento, 44% dos entrevistados declararam fazer planejamento
doméstico financeiro. A média de recursos guardada pelos domicílios
que conseguem fazer reservas é de R$ 626,15 ao mês. A poupança é a
modalidade com maior penetração, mencionada por 85% dos
respondentes. Os fundos de investimento surgem com 5% e os planos
de previdência ocupam a terceira posição com 3%.
“A
previdência privada tem um enorme espaço para crescimento no país”,
diz Osvaldo Nascimento, presidente da FenaPrevi. “Já são mais de 10
milhões de contratos e cerca de R$ 400 bilhões em ativos”, mas a
penetração do produto ainda é pequena entre as famílias
brasileiras”, diz o executivo.
Prova
disso, é que 21% dos entrevistados declararam ter interesse em
adquirir um plano de previdência complementar aberta algum dia.
Outros 16% pensam em iniciar os investimentos nos próximos cinco
anos e, 5%, nos próximos 12 meses.
Conhecimento sobre previdência
privada
Quando analisado o conhecimento do produto, 22%
da amostra declararam conhecer algo sobre a previdência privada.
78% da amostra dizem não conhecer a modalidade de investimento. A
região Sul é a que apresenta a maior familiaridade com este tipo de
investimento (29%). No Centro-Oeste, os que têm alguma informação
somam 25% e no Sudeste são 24%. No Nordeste o índice de
conhecimento é de 14%.
As
classes AB lideram o índice de conhecimento (37%), seguida pela
classe C (17%) e classe DE (7%). “Ainda temos um longo caminho pela
frente para esclarecer o consumidor e fazê-lo compreender os
benefícios da previdência privada aberta”, diz.
Na
análise por sexo e idade, os homens lideram o índice de
conhecimento (26%). Entre as mulheres, 19% sabem algo sobre a
previdência complementar aberta. O público que tem conhecimento se
concentra na faixa dos 30 aos 44 anos, segmento no qual 27% dizem
conhecer o produto. Na faixa dos 45 aos 49 anos, o índice de
conhecimento cai para 24. Dos 50 aos 59, o índice é de 19% e acima
dos 60 anos cai pra 18%. Os mais jovens, de 23 a 29 anos, 19% dizem
ter informações sobre a previdência complementar aberta. “A
pesquisa nos mostra que temos que intensificar os esforços de
comunicação junto às mulheres e aos jovens”, diz
Nascimento.