Ação tem objetivo de exercitar medidas
preparatórias vem situação real. Testes de uma vacina contra o
vírus em seres humanos estão sendo testadas
Nesta sexta-feira (29) será realizada uma
simulação colocando em prática as medidas adotadas pelo Governo
Brasileiro em resposta a um eventual caso suspeito de Ebola em
viajante internacional. A simulação terá início no Aeroporto
Internacional do Rio de Janeiro/Galeão e será concluída no
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz). A ação será realizada pelo Ministério da
Saúde em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de
Janeiro e conta com a participação da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa); Fiocruz; Corpo de Bombeiros; Tam
Linhas Aéreas e Concessionária RIO Galeão.
A ação tem como objetivo exercitar os
órgãos envolvidos sobre as medidas previstas nos planos de
preparação, em uma situação que simula um caso real. Exercícios
desse tipo reforçam a preparação da rede de vigilância em saúde
para uma resposta rápida e eficiente frente aos desafios impostos
pela doença. Embora seja considerada baixa a possibilidade de um
viajante infectado por Ebola chegar ao Brasil, serão colocados em
teste os procedimentos que devem ser seguidos pelas equipes de
saúde. A simulação contempla todos os passos de uma comunicação do
caso suspeito feito pela aeronave ao aeroporto internacional, o
transporte do paciente e o atendimento no hospital de
referência.
Como será realizado em um espaço de
segurança restrita e, para garantir a sua qualidade, o exercício de
simulação não será aberto ao público e aos veículos de comunicação.
A simulação não alterará o funcionamento normal do aeroporto.
Outros exercícios semelhantes deverão realizados no futuro, em
distintos locais. O Ministério da Saúde reafirma que não há caso
suspeito ou confirmado de Ebola no Brasil.
Vacina
O Instituto Nacional de Saúde
dos Estados Unidos (NIH na sigla em Inglês) anunciou nesta
quinta-feira (28) que vai começar, na próxima semana, os testes de
uma vacina contra o vírus em seres humanos. Em fase inicial, os
primeiros experimentos serão realizados em 20 voluntários, na sede
do Instituto, em Bethesda, estado de Maryland, próximo à capital,
Washington. A informação foi divulgada pelo diretor do NIH, Francis
Collins, durante entrevista coletiva.
Segundo ele, o instituto já estava
trabalhando no projeto da vacina a cerca de uma década, mas a
situação de descontrole da doença no oeste africano fez com que a
pesquisa fosse "acelerada".
A pesquisa é realizada pelo NIH, em
parceria com outra agência estatal americana, o Instituto Nacional
de Alergia e Enfermidades Infecciosas (Niaid), e também tem o apoio
da indústria farmacêutica privada GlaxoSmithKline.
O diretor do Niaid, Anthony Fauci,
também participou da entrevista e falou da necessidade de encontrar
uma resposta eficaz e rápida, devido ao iminente risco de
proliferação do ebola.
A epidemia de ebola já contaminou
mais de 3 mil pessoas e matou mais da metade dos infectados. De
acordo com Fauci, a situação está sem controle, e por isso é
preciso trabalhar em todas as frentes possíveis, com os métodos
tradicionais de isolamento das pessoas infectadas, novos
medicamentos, mas também na busca de uma resposta de prevenção
imunológica.
Ele justificou a participação da
GlaxoSmithKline como "co-pesquisadora", devido à necessidade de se
produzir uma vacina em larga escala, caso o resultado da pesquisa
seja satisfatório. Ele explicou que foi difícil, por exemplo,
produzir doses suficientes do medicamento experimental ZMapp,
desenvolvido em San Diego, Estados Unidos, e "a empresa doou todas
as doses disponíveis para o tratamento de infectados".
Foi com o ZMapp que os dois
norte-americanos contaminados em julho, na Líberia, foram tratados
e conseguiram se recuperar da doença, em Atlanta, no estado da
Georgia.
Os voluntários serão avaliados nove
vezes durante 48 semanas, e para garantir a segurança dos
voluntários - todos, adultos saudáveis - os cientistas vão dar a
vacina para apenas três pessoas ao mesmo tempo, a fim de verificar
a segurança antes de vacinar outros voluntários.