Empresas da área de saúde ampliam atuação e
crescem em várias regiões do País, o que atrai também fornecedores
de produtos e de serviços.
Prova disso é que quase um ano depois de comprar a Medial Saúde por
R$ 612 milhões, o grupo Amil, que atua na área de seguro de saúde,
pretende reestruturar sua operação em Minas Gerais. Mesmo com um
faturamento na casa dos R$ 8 bilhões, se se considerar toda a sua
operação no País, a presença da companhia ainda é tímida no estado,
onde ela atende a 50 mil clientes cuja maioria é composta por
funcionários de empresas do Rio de Janeiro e de São Paulo que têm
atuação na região.
"É um mercado promissor e tem evoluído economicamente, por isso
nós vamos começar uma operação fixa no estado a partir de
novembro", disse o presidente da Amil MG, Emerson Fidelis
Campos.
Segundo ele, para se fortalecer em Minas, a operadora de saúde
disponibilizou aportes de R$ 10 milhões, que serão investidos na
reforma de um prédio alugado pela empresa em Belo Horizonte, onde
será a base da Amil MG, por cinco anos; e também na contratação de
pessoal e infraestrutura para tocar o negócio. "Esses aportes são
apenas o valor necessário para começar e, se percebermos que
precisará de mais, então vamos investir mais", afirmou ele.
Hoje a Amil atende a mais de 5 milhões de clientes em todo o País
e, de acordo com o executivo, o estado tem tudo para se tornar um
dos mercados mais fortes da empresa, e competir com São Paulo e com
o Rio de Janeiro.
"Estamos fazendo contatos com os clientes, médicos e hospitais
para termos uma operação bem definida, porque, embora a Amil seja
muito forte pelo Brasil, em Minas ela está nascendo", comentou
Campos. O executivo esteve presente no nordeste brasileiro durante
o "8º Saúde Business Fórum", um dos mais importantes do segmento,
realizado na Praia do Forte, Bahia.
O encontro de negócios atrai todos os anos um número grande de
empresas da área de saúde e fornecedores principalmente do ramo de
tecnologia, alimentação coletiva e telecomunicações.
Além de Minas Gerais, a Amil pretende aumentar sua atuação na
Região Nordeste, onde todos os indicadores mostram crescimento
acelerado da economia, explicou o executivo. "A empresa vai
investir muitos para crescer em estados dessas regiões."
Hospitais
Para sustentar um crescimento exponencial na demanda por serviços
de saúde, o Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, que deve fechar o
ano com faturamento de R$ 700 milhões, pretende elevar seus aportes
em ampliação da capacidade de atendimento de R$ 130 milhões em 2010
para algo em torno de R$ 180 milhões a R$ 200 milhões, até o final
do próximo ano. "Vamos construir um hospital em Brasília e duas
clínicas de diagnósticos em São Paulo até o próximo ano [no Itaim e
na Avenida Brasil]", disse ao DCI o superintendente de
Estratégia Corporativa do hospital, Paulo Chapchap.
Mesmo sem fusões e aquisições, a meta da empresa é passar dos
atuais 360 leitos disponíveis para 600 leitos em três anos,
comentou Chapchap. Segundo o executivo, o foco do Sírio-Libanês é
firmar parcerias com empresas que agreguem valor a áreas
estratégicas, a exemplo da desenvolvida com a rede de laboratórios
Fleury. "Toda a nossa área de análise digital é feita por
eles", comentou o executivo.
Fornecedores
Para os fornecedores das instituições de saúde, o apetite maior
dessas empresas em fazer investimentos, será um oásis para novos
negócios. Na área de alimentação coletiva, por exemplo, uma das
maiores do ramo, a francesa Sodexo, viu um grande filão na venda de
alimentos especiais ao segmento hospitalar no Brasil. Hoje, dos R$
750 milhões que a companhia fatura no País, ao menos 12% vêm desta
área, segundo o vice-presidente do braço de saúde da multinacional,
Pierre Henri Haritçalde. "Hoje ela cresce a uma taxa média de
30%", comentou ele.
De acordo com o executivo, nos próximos anos, essa área será
responsável pela maior parte do faturamento da companhia. "É um
segmento que está em efervescência, por isso queremos aumentar a
nossa participação neste mercado."
Para a empresa, o segmento hospitalar se tornou interessante para
os fornecedores graças à disposição cada vez maior de clínicas e
hospitais brasileiros de oferecer serviços de alta qualidade aos
pacientes durante a sua internação.
Uma demonstração do potencial que este segmento tem é que, em um
ano, as vendas de refeições para hospitais da Sodexo cresceram 24%
em receita e 40% em desenvolvimento de negócios. Animada com esses
números, a diretora do segmento de saúde e educação da
multinacional francesa, Ana Cristina Tarallo Coleti, afirmou que no
Brasil há espaço para crescer neste nicho, tanto que a área tem
recebido mais de 20% dos aportes da companhia. "Acho que este é
um dos principais mercados nos países em que a Sodexo atua",
disse.
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