Alckmin, Mercadante e Russomano apostam no
setor. Propostas vão desde revitalização do SUS a políticas de
valorização
Próximo das eleições 2010, os candidatos ao governo de São Paulo
reforçam suas propostas para o setor de saúde. Destacam-se na
disputam pela corrida: Geraldo Alckmin (PSDB), Aloizio Mercadante
(PT) e Celso Russomano (PP).
O candidato petista ao Governo Estadual afirmou que a
reestruturação da saúde é um dos maiores desafios no estado. Em
declaração durante o Seminário de Plano de Governo "Nova Política
de Saúde para São Paulo", Mercadante afirmou que é preciso fazer um
pacto pela saúde, articulando ações entre união, estado e
municípios.
Em sua proposta para o setor, o candidato destaca a necessidade de
revitalizar o SUS em São Paulo, para oferecer um atendimento digno
e eficiente, valorizando os profissionais da saúde e expandindo as
parcerias com os municípios e a União. Para o petista, o
atendimento básico de saúde no Brasil é deficiente. "Temos uma
baixa cobertura do programa Saúde da Família, muitas gestantes não
conseguem atendimento, nem mesmo para o parto; as ações de
prevenção de doenças graves como o câncer e doenças cardíacas são
insuficientes, temos filas para exames e para a área de
especialidades. Precisamos mudar essa realidade", salienta.
Outro projeto que será priorizado no governo de Mercadante é a área
de Saúde Mental por meio de um atendimento e tratamento adequado,
principalmente para usuários de drogas, como o crack.
Para o candidato Celso Russomano suas propostas estão baseadas na
falta de investimento em saúde por parte do Estado. São elas:
• Remunerar melhor os profissionais de saúde para que eles
tenham condições de trabalhar em apenas um hospital, atendendo mais
pacientes, promovendo a prática da boa medicina e melhora a relação
"médico-paciente";
• Aumentar os investimentos do Estado na área da saúde; • Investir
com intensidade na saúde preventiva com equipes de atendimento
domiciliar especializadas e distribuição de medicamentos
gratuitamente, o que diminuirá os atendimentos emergênciais de
UTI.
Já Geraldo Alckmin diz que por ser médico tem como obrigação
intensificar as políticas de valorização. Veja na íntegra a
proposta do candidato tucano encaminhada à redação do Saúde
Business Web:
• Ampliar as políticas de valorização dos profissionais de saúde
do Estado de São Paulo: O Governo do Estado já vem investindo na
melhoria da carreira na saúde nos últimos anos e nossa proposta é
intensificar as políticas de valorização. O meu dever, até como
médico, é avançar mais.
Nós vamos investir muito no profissional da saúde. A
Secretaria da Saúde paulista é a segunda maior financiadora do
Programa de Residência Médica do Brasil, ficando atrás apenas do
MEC. São Paulo atrai médicos formados em todo o País: 38% dos
profissionais que atuam aqui graduaram-se em outros Estados.
• Aperfeiçoar e inovar a gestão do Programa de Saúde da Família,
integrando-o aos programas de transferência de renda e AMEs;
expandir a rede de AMEs: Nós vamos ampliar a rede de AMEs em todas
as regiões do Estado e na Região Metropolitana. Hoje, o Governo de
São Paulo já entregou 32 ambulatórios e até o final deste ano serão
40 unidades. Em média, uma AME atende por mês 15 mil pessoas e
realiza 35 mil exames. Com a expansão, nós vamos reduzir filas e
acelerar o atendimento à população, que vai chegar ao especialista
e realizar os exames rapidamente.
Nós vamos também integrar o PSF aos AMEs. No PSF, o paciente obtém
o atendimento inicial e, depois, se houver necessidade, é
encaminhado a um especialista do AME. A integração vai beneficiar a
população e desafogar os hospitais. São Paulo é o segundo no País
com mais equipes de Saúde da Família, atrás apenas de Minas Gerais.
Entre 2007 e 2009, o crescimento foi de 40% e, hoje, 3.855 equipes
atendem 12,5 milhões de pessoas.
• Ampliar os serviços de tratamento do câncer pelo Estado: Nossa
proposta é criar a rede paulista de prevenção, diagnóstico e
tratamento do câncer, nos moldes do que já acontece no Instituto do
Câncer Octavio Frias de Oliveira, o maior centro especializado na
doença da América Latina. O câncer é curável e deve ser
diagnosticado precocemente e tratado corretamente. Todas as regiões
do Estado precisam ter instituições como esta, para que a população
tenha tratamento de qualidade, humanizado, sem precisar se deslocar
por grandes distâncias. Pela nossa proposta, a rede paulista
ajudará entidades já existentes e trará serviços próprios do
governo.
• Criar novas Unidades para Tratamento de Dependentes de Álcool e
Drogas: Hoje em dia as famílias enfrentam muita dificuldade para
internar esses pacientes e também há preconceito com relação à
saúde mental. Dependência química é doença, assim como é
apendicite, pneumonia. Por esse motivo nós vamos dar grande enfoque
a essa questão, investir em clínicas próprias do governo e em
convênios com entidades que já têm enorme experiência em tratar o
dependente químico, seja de drogas ilícitas, como o crack, ou de
álcool.
• Ampliar o programa de reforma e modernização da rede de hospitais
estaduais. Apoiar a rede de parceiros filantrópicos do SUS, como as
Santas Casas: São Paulo possui uma grande rede própria de 80
hospitais do governo, é o maior complexo hospitalar do Brasil.
Desde a gestão Mario Covas foram feitos 30 hospitais e não podemos
retroceder. Nós daremos todo o apoio para quem atende o SUS, como
as Santas Casas de Misericórdia, avançando com mais leitos para que
a população continue sendo atendida com universalidade, gratuidade
e qualidade.
• Criar o programa Vamos Malhar: Nós pretendemos fazer um grande
programa de ginástica, voltado para os idosos, para estimular a
prática de exercício físico. Isso será feito junto com as
Prefeituras, com academias ao ar livre, e também em parceria com
academias. A maioria das doenças nós contraímos por maus hábitos.
Se a gente conseguir educar as pessoas para ter uma vida saudável,
nós vamos avançar na prevenção a doenças do coração e grandes
vasos, principal causa de mortes.
• Ampliar os Centros de Referência da Terceira Idade:
• Ampliar a atenção à saúde integral do portador de deficiência e
expandir a Rede de Reabilitação Lucy Montoro.
• Fortalecer o programa do remédio gratuito, Dose Certa, ampliando
os locais de distribuição e o número de medicamentos.
• Ampliar o programa de distribuição domiciliar de medicamentos de
uso contínuo, em parceria com as prefeituras.
• Melhorar o programa de saúde integral da mulher.
• Avançar com os mutirões de saúde.
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