Análise do cenário econômico é
realizada mensalmente pelo
Comitê de Estudos de Mercado
A
última reunião mensal do Comitê de Estudos de Mercado (CEM), da
Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg, realizada em 24/06,
avaliou o cenário econômico no País, especialmente a possibilidade
de o PIB repetir o desempenho positivo apresentado no primeiro
trimestre de 2021 e como será o comportamento dos índices de
inflação.
Para
o CEM, existem algumas indicações para um crescimento econômico um
pouco mais fraco na margem. O economista Pedro Simões, integrante
do Comitê, ressalta que o IBC-Br de abril já veio menor que o
esperado, 0,4%, quando se esperava 0,8%. “Outra indicação é o
índice de confiança dos empresários, que está subindo, em
contraposição ao do consumidor, que por conta do mercado de
trabalho, não tem um desempenho tão bom. A recuperação terá mais
‘tração’ se a vacinação permitir a volta de serviços intensivos em
trabalho”, afirma.
Em
relação à inflação, o Comitê avaliou a evolução do Índice de Preços
no Atacado (IPA), calculado pela FGV, com alta de quase 50% nos
últimos 12 meses até maio 2021, e do Índice de Preços ao Consumidor
Ampliado (IPCA), do IBGE, atualmente próximo dos 8% em 12 meses. O
economista e professor da PUC, Luiz Roberto Cunha, acredita que a
longo prazo poderá haver uma convergência entre os índices.
“Analisamos a inflação anual desde 1995 até 2016 e constatamos que
ocorreu uma convergência entre IPCA e IGP-DI. Mas como será o ano
que vem diante das condições atuais da soja, milho, trigo, minério
de ferro e petróleo, que pesam mais de 25% do IPCA e quase 30% do
IPA?”, indaga Cunha. Ele explica que a convergência tende a
acontecer conforme se altere a relação câmbio/salário, o que se
espera em um cenário mais otimista, com apreciação cambial e
recuperação da renda do trabalho
De
acordo com Simões, o Banco Central (BC) deve perseguir a meta de
inflação para 2022, que é de 3,5%. “O Conselho Monetário vai se
reunir para decidir a meta de inflação em 2024. Alguns economistas
mais ortodoxos afirmam que vale tentar chegar em 3%. São metas
ambiciosas. Mas é bom lembrar que estamos em um País que ainda não
resolveu o problema fiscal, essencial para conseguirmos alcançar
esses objetivos”, ressalta.
O
CEM analisou ainda a taxa de participação no mercado de trabalho no
Brasil e nos Estados Unidos. De acordo com Simões, a taxa de
participação no mercado de trabalho caiu muito forte nos dois
países. “Mas agora está estável lá e cá. No Brasil, a taxa cai
mais, o que é comum em países em desenvolvimento onde a economia
informal é muito maior e o home office teve menor adoção”,
ressalta. Nos Estados Unidos, Simões chama atenção para a relação
total de desempregados versus vagas disponíveis. “As pessoas não
estão aparecendo para trabalhar. Aumentaram as vagas disponíveis”,
constata.
Cunha pondera que, além da razão de as pessoas não quererem
trabalhar com medo da pandemia ou porque querem ficar em casa para
cuidar dos filhos, o auxílio emergencial do atual governo dos EUA
desestimula a volta ao trabalho. “Como o auxílio é muito bom,
muitos ganham mais dinheiro ficando em casa”, observa.
Para
finalizar, foi apresentado um panorama das atuais projeções. O
setor de seguros (sem DPVAT) ficou entre 5% e 9,4%. Por segmento,
em Ramos Elementares (sem DPVAT), entre 6,6% e 14,8%; Cobertura de
Pessoas entre 6,0% e 6,7%; Capitalização entre -2,5% e 6% e Saúde
Suplementar entre 4,4% e 10%.