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MAPFRE fala de ciberataque sofrido em 2020 em Jornada Internacional de Global Risks

Fonte: CQCS Data: 11 junho 2021 Nenhum comentário

Nesta quinta dia 10/06, aconteceu o segundo dia da XXVII edição da Jornada Internacional de Global Risks organizada pela MAPFRE. O evento aconteceu de maneira remota e discutiu, entre outros pontos, os impactos das catástrofes no mercado de seguros.

Bosco Francoy, CEO Global Risks, conversou com Guillerme Llorente, superintendente geral de seguros e meio ambiente da MAPFRE, sobre o ataque cibernético que a companhia sofreu em agosto de 2020.

Guilllerme contou como identificaram o ataque e lembrou do contexto. “Foi na noite do dia 14 de agosto, um final de semana da metade de mês. O dia do ano em que menos pessoas estavam no escritório, mas os equipamentos dos funcionários estavam ligados, já que as pessoas estavam trabalhando de forma remota”, recordou. Ele lembrou ainda que a MAPFRE é um grupo grande presente em mais de 50 países com diversos equipamentos e o ataque foi identificado no centro de controle.

“Nesse momento tivemos uma sensação de escuridão, medo do desconhecido porque não sabíamos até que ponto eles tinham chegado, devo reconhecer que essa adrenalina desperta o desafio de enfrentar o desconhecido”, ponderou.

Francoy ressaltou que organizações como a MAPFRE fazem altos investimentos para evitar esse tipo de ataque. “Sabemos que há organizações especializadas em ciberataque”, disse. Guillerme enfatizou também os ataques cibernéticos são feitos por empresas qualificadas com planejamento para prejudicar outras empresas.  “Bem diferente da imagem mítica de uma pessoa no porão”.

Ele explicou que a MAPFRE conseguiu conter o ataque sofrido porque estava preparada. “Um ataque com essas características exige que improvise o mínimo possível. É preciso estar suficientemente preparado para agir. Investir dinheiro, tempo para as equipes estarem preparadas para eventos que possam ocorrer”, destacou.

Guillerme ressaltou que o plano colocado em ação consistia basicamente em conter o ataque, recuperar o serviço afetado e recuperar a tecnologia. “A MAPFRE é uma empresa de seguros e tem sua vocação de serviços. Temos que responder aos clientes”, disse.

Ele destacou que foi feito um processo para tirar lições do que aconteceu. “Tivemos longas reuniões para identificar as lições aprendidas. A ameaça cibernética está aí e veio para ficar. Estamos enfrentando gangues organizadas que transformaram isso em um negócio”, alertou.

Durante o evento houve a entrega do Prêmio Internacional de Excelência no Gerenciamento de Riscos que tem como objetivo reconhecer o cliente com a melhor gestão de riscos.

Oscar Ortega, CEO MAPFRE Chile, entregou o prêmio para a empresa chilena Sigdo Koppers, empresa especializada na execução de projetos de construção e montagem industrial de grande porte.

Segurança com vacinas

O presidente da MAPFRE, Antônio Huertas, fez o encerramento com uma análise de alguns pontos do mercado. Segundo ele, a presença da MAPFRE na América Latina serve de termômetro. “Na Europa a vacinação avançou, mas vemos que a América Latina além da crise sanitária, enfrenta uma crise econômica e social que vai dificultar sua recuperação”, disse.

O executivo destacou ainda que só haverá segurança quando todos estiverem vacinados. Ele disse ainda que o mercado de seguros está solvente mesmo com o crescimento de sinistros em carteiras como seguro de vida e funeral. “Isso deve pressionar o valor de algumas coberturas no futuro”, afirmou.

O presidente da MAPFRE disse ainda que depois da pandemia a atividade de seguros deve sofrer mudanças. “A situação que enfrentamos prevê desafios. Se soubermos como nos antecipar podemos transformar os desafios em oportunidades”, destacou.

Ele ainda alertou a importância do mercado de seguros. “Nosso papel é que vocês se concentrem em seus negócios e nós possamos assumir os riscos, por mais que o mundo mude, haverá seguradoras que vão ajudar a proteger os ativos”, reforçou.

Sobre a influência da mudança climática, o executivo ressaltou que não se pode ignorá-la e disse ainda que a situação causada pela pandemia é grave. “Em 2020 aconteceram acidentes naturais acima da média, eventos causados por mudança climática que custaram 258 bilhões de dólares”, disse.

 

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