O Tribunal de Contas da União (TCU)
deu prazo de 60 dias para que o Ministério da Saúde apresente o
plano de implantação do Programa de Informatização das Unidades
Básicas de Saúde (PIUBS), contendo, no mínimo, cronograma de todas
as atividades requeridas para a consecução do seu objeto, incluindo
datas previstas para as contratações correlacionadas ao programa,
datas e prazos para realização de provas de conceito, datas de
abertura do sistema para os municípios e para as empresas
cadastradas. O programa de implantação dos prontuários eletrônicos
vai custar R$ 17 bilhões e prevê a contratação de empresas
provedoras de internet por meio de cadastramento, sem necessidade
de licitação, em todos os municípios brasileiros.
Só com os serviços de conexão e cessão de equipamentos de
informática nas Unidades Básicas de Saúde, o valor pode chegar a R$
2,2 bilhões em todo o programa, com gastos mensais de R$ 37
milhões. A corte de contas verificou falhas na proposta inicial,
como na fixação dos preços, fator de grande relevância em uma
situação de inexigibilidade de licitação; planejamento orçamentário
deficiente, em que os recursos consignados no Orçamento Geral da
União (OGU) mostram-se insuficientes para custear as despesas
decorrentes do PIUBS e na gestão de riscos elaborada pelo MS de
forma incipiente, de caráter predominantemente circunstancial, e
que não se mostra uma ferramenta hábil para mitigar os riscos
associados.
O TCU quer que o ministério estabeleça estratégia de implementação
do PIUBS em etapas, por meio de projeto piloto, a partir de um
escopo limitado de municípios que sirvam de experiência para
avaliação do modelo de contratação proposto, englobando municípios
de todas as estratificações populacionais, definidas pelo IBGE ou
pelo próprio MS (pequeno, médio e grande porte, por exemplo), e de
diferentes perfis técnicos, estabelecendo, antecipadamente, os
critérios para sua seleção, os critérios de avaliação do programa e
os indicadores a serem atendidos para a sua continuidade. O
tribunal entende a importância da implantação do prontuário
eletrônico dos pacientes do SUS, mas quer uma estimativa dos
benefícios, inclusive financeiros, que serão alcançados.