O STF (Supremo Tribunal Federal)
decidiu, no começo de fevereiro, manter a obrigatoriedade de
ressarcimento das operadoras de planos de saúde por atendimentos
realizados a clientes pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Com isso,
os municípios da região que não possuem legislação voltada ao tema
preparam projetos de lei para os próximos meses.
É o caso de São Caetano e Ribeirão
Pires, que realizam estudos para recuperar valores ligados ao
atendimento prestado em suas redes públicas.
Para a secretária de Saúde de São
Caetano, Regina Maura Zetone, ainda não é possível prever quando a
proposta será concluída. “Dependemos dos estudos que estão em
andamento e há um grau de complexidade nessa questão que é o
preparo das equipes da Prefeitura, que terão que dominar
completamente as tabelas do SUS e a forma de cobrança dos
procedimentos”, analisou.
Por sua vez, a Prefeitura de Ribeirão
Pires informou, por meio de nota, que ainda está formatando um
projeto para requisitar os valores junto à ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar) e ao FNS (Fundo Nacional de Saúde). O governo do
prefeito Adler Kiko Teixeira (PSB) destacou que também estuda
formas de solicitar aos pacientes da rede pública que informem se
possuem ou não planos de saúde.
Em 2017, São Bernardo e Santo André
aprovaram projetos de lei sobre o assunto. No caso da gestão do
prefeito Orlando Morando (PSDB), apesar de ter sido implementada em
maio, a aplicação acabou sendo postergada por conta da discussão do
tema na Justiça.
De acordo com a ANS, em relatório
divulgado em dezembro, a Prefeitura de São Bernardo pode pleitear
até R$ 13,7 milhões por causa de 12,9 mil atendimentos realizados
entre 2001 e outubro de 2017. Santo André, seguindo o mesmo
critério, pode recuperar até R$ 21,8 milhões, por quase 16 mil
atendimentos efetuados.
Ainda conforme a agência federal, no
Estado de São Paulo o total de valores cobrados das operadoras
chegou, entre 2013 e 2017, a R$ 931,5 milhões, com uma taxa de
69,17% de pagamentos.
A ANS destacou no estudo que o
procedimento mais oneroso ao sistema foi o transplante de rim, que
teve impacto de R$ 100,2 milhões entre os anos de 2014 e 2015, em
todo o País.